Defensores de direitos humanos na Bielorrússia detidos e com buscas domiciliárias

STR / EPA

Vários defensores dos direitos humanos na Bielorrússia foram detidos na quarta-feira e alvos de buscas domiciliárias, tal como diversas organizações, denunciou esta quinta-feira a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH), que integra a portuguesa Civitas.

Em comunicado conjunto, a FIDH e o Centro de Direitos Humanos Viasna, da Bielorrússia, denunciaram que aquelas ações repressivas ocorreram em 14 de julho, no dia seguinte à aprovação na Organização das Nações Unidas de uma resolução que condena a situação dos direitos humanos no país.

A polícia bielorrussa deteve 12 pessoas, entre as quais o vice-presidente da FIDH e dirigente do Viasna, Valiantsin Stefanovic. O presidente do Viasna e Prémio Sakharov, Ales Bialiatski, por seu lado, está incontactável.

Foram ainda feitas buscas às instalações do Viasna, do Comité Helsínquia da Bielorrússia, da Associação dos Jornalistas bielorrussa e aos domicílios dos funcionários destas organizações. No mandado de busca ao domicílio de Valiantsin, este é acusado de organização de ações contra a ordem pública e fraude fiscal.

A presidente da FIDH, Alice Mogwe, afirmou, a propósito: “A FIDH condena com a maior firmeza a detenção arbitrária de Valiantsin Stefanovic, vice-presidente de la FIDH, nosso colega e amigo. A sua perseguição está, sem equívoco, ligada ao seu trabalho em favor dos direitos do homem, em particular a sua participação na sessão do Conselho dos Direitos do Homem da ONU. Ele tomou a palavra em 05 de julho, no quadro de um diálogo com o relator especial da ONU para a Bielorrússia, Anais Marin”.

Esta vaga de detenções, adiantou a FIDH, “faz parte de uma nova sequência de ataques contra o Viasna e outras organizações de defesa dos direitos do homem bielorrussas, que têm estado submetidas a atos de assédio contínuo desde agosto de 2020. Três funcionários do Viasna – Leanid Sudalenka, Tatsiana Lasitsa e Maria (Marfa) Rabkova – continuam detidos arbitrariamente, acrescentou a FIDH.

// Lusa

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