Alexandre Monteiro, especialista em decifrar pessoas, falou com o ZAP sobre características visíveis em fotografias de vários candidatos às eleições legislativas.
“Antes de ser, é preciso parecer. E muitos políticos esquecem-se disso”.
Alexandre Monteiro é conhecido por decifrar pessoas – é precisamente essa a designação da sua página no Instagram, por exemplo.
Autor de Torne-se Num Decifrador de Pessoas, o livro não-ficção mais vendido em 2021 em Portugal, explica que o sucesso deste seu segundo livro é a consequência de um trabalho que começou há duas décadas, junto de CEOs, atletas, equipas comerciais e influencers, entre outros.
O seu trabalho de análise tem uma parte “mais visível”, como por exemplo optimizar a comunicação, influenciar e ter mais autoridade. A parte “mais invisível” envolve investigações criminais: criar perfis de pessoas, como interrogar pessoas… “Isso ajuda nas investigações das autoridades”.
Ganhou fascínio por este mundo por causa do Sherlock Holmes: “Li muito. Desde miúdo fiquei apaixonado e fascinado por ler pessoas, por perceber o que as pessoas sentem. E há sinais simples, invisíveis para as pessoas não treinadas; reparei que a maior parte das pessoas era cega de uma forma desatenta”.
Depois, o trabalho foi avaliar o que era ficção e o que era realidade naquelas obras: “E percebi que estas análises são o resultado de muita investigação, muito estudo, muita ciência”.
Decifrar políticos
Alexandre publicou uma análise a fotografias dos candidatos de todos os partidos que têm pelo menos um deputado na Assembleia da República.
Como é que se faz isso, só através de uma fotografia? “São as pistas anatómicas – não mudam conforme a pessoa com quem estás a falar; ao contrário do que acontece com as pistas dinâmicas, porque a pessoa está a falar, a mexer-se…”, respondeu, em entrevista ao ZAP.
E deu o exemplo das rugas: “São criadas ao longo do tempo conforme as emoções mais evidentes numa pessoa. Ou o músculo mais tenso na mandibula, que representa pessoas mais tensas, mais competitivas. No fundo, a cara revela o nosso passado emocional”.
O decifrador de pessoas decifrou os candidatos. Os dois principais candidatos a primeiro-ministro preencheram vários minutos, nesta conversa.
António Costa revela algumas características no seu rosto. Uma delas é ser pragmático. Isso é visível noutra pista anatómica, o seu tipo de óculos: quadrado, com armação fina, com mais lente do que armação. “As pessoas usam os óculos de que gostam, ninguém lhes impõe. Aqueles óculos com lente e haste fininhas, não é tanto para o show; são óculos necessários, práticos”.
Nos últimos dias da campanha o candidato do Partido Socialista tem estado algo diferente, por vezes até parece ligeiramente desorientado: “Ele agora está a sair do perfil dele, o Rui Rio está a tirá-lo do sério e o stress mostra o verdadeiro eu”.
“É um falso passivo“. A sua postura genuína está bem longe da tranquilidade: “Ele explode, até controla os seus momentos de explosão. É competitivo, tem uma opinião forte”, justifica Alexandre Monteiro.
Já Rio tem uma “micro-expressão de nojo”, segundo palavras de Alexandre, que é visível no “enrugar na horizontal, na zona superior do nariz”.
“É uma sequência lógica de uma pessoa que está sempre a dizer «eu não gosto, eu não gosto, eu não gosto». São pessoas críticas, estão sempre a não gostar. São mais competitivas, mais de ataque. Não gosta e age de imediato, demonstra publicamente que não gosta”, analisa.
O outro candidato mais mencionado nesta campanha é André Ventura, cujo rosto mostra que, afinal, não é tão agressivo como tenta (e consegue) demonstrar perante os eleitores e perante a comunicação social: “Quem faz muito barulho, ganha. Mas o que ele demonstra é um teatro; para os eleitores dá a ideia de agressividade, mas é um falso agressivo”.
Só dois candidatos demonstram uma característica que não é conveniente para quem está a concorrer numas eleições: insegurança.
São Catarina Martins e Francisco Rodrigues dos Santos: “Isso vê-se na sobrancelha, que ao longo da vida estará sempre a movimentar-se; agora está elevada no centro da testa e isso denota tristeza ou insegurança”.
E um político – ou outra pessoa qualquer – não consegue disfarçar estes sinais, quando posa para a fotografia? Pode tentar, mas não deve conseguir, respondeu: “Podem tentar controlar, mas quanto mais tentam controlar, mais aparecem. É um desafio muito grande, só se for acompanhado por um profissional”. E mesmo assim…
Enfim… charlatanisses do séc. XXI…
“Torne-se Num Decifrador de Pessoas”, mas acima de tudo compre o meu pseudo livro e Torne-me Num Explorador de Influenciados com mais dinheiro na conta à sua pála!
Qualquer pessoa sabe isto…só não publica livros!
Tão “conveniente” o timing desta “análise” que nem dá direito de resposta…