À procura de uma cura milagrosa para a ressaca? Temos más notícias

Muitos dos estudos que garantem que certas substâncias ajudam a curar a ressaca são pouco precisos, excluem mulheres e pessoas com mais de 65 anos e têm amostras muito pequenas.

Dores de cabeça atordoantes, enjoos, sensibilidade à luz — as ressacas são a encarnação dos arrependimentos depois de uma noite em que se abusou no álcool. Vários produtos prometem uma cura milagrosa para este tormento, mas a ciência já veio desmentir essa possibilidade.

De acordo com um nova análise publicada na Addiction, não há provas de que estes medicamentos funcionem.

Os cientistas do King’s College London avaliaram 21 estudos com 386 participantes que, no total, investigaram os efeitos de 23 substâncias, como extratos de dentes de alho ou sumo de pêra coreana, que alegadamente ajudam a prevenir ou a curar uma ressaca — e os argumentos a favor de todas elas eram pobres.

Os investigadores concluíram que apenas sete das substâncias mostraram algum sinal de trazerem benefícios no combate à ressaca, com os participantes a reportarem menos sintomas em percentagem em comparação com um placebo.

Os participantes que tomaram um comprimido com extrato de dente de alho enquanto bebiam tinham, em média, uma percentagem de sintomas de ressaca de 19%, enquanto que os tomaram um placebo chegaram aos 43%.

“O nosso estudo conclui que as provas para estes remédios para a ressaca são de muita má qualidade e há uma necessidade de se conseguir uma avaliação mais rigorosa”, aponta Emmert Robert, co-autor do estudo baseado no Centro Nacional de Vícios do Reino Unido.

Nos poucos casos onde se notaram diferenças — como o extrato de alho, o ácido  tolfenámico ou o piritinol — houve também limitações nos estudos ou foram usadas medidas imprecisas, aponta o WebMd.

Foram também incluídos poucos dados sobre a natureza e o timing do consumo de álcool, como se foi feito enquanto se come ou o tipo que foi bebido. Oito dos estudos também só incluíam homens e nenhum incluiu participantes com mais de 65 anos.

Os cientistas recomendam que investigações futuras sejam mais rigorosas, avaliem os efeitos de analgésicos comuns, como a aspirina, que também estudem os as consequências para as mulheres e que usem amostras maiores.

Por enquanto, a única cura é a prevenção. “A maneira mais certa de se prevenir os sintomas de uma ressaca é a abstenção do álcool ou beber-se com moderação”, recomenda Roberts.

ZAP //

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