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Pirâmide do Sol
Uma nova pesquisa descobriu que a obsessão do império de Teotihuacan com obsidiana estava relacionada com a prática de sacrifícios humanos.
Um estudo recente publicado na Ancient Mesoamerica revela que a antiga cidade-estado mesoamericana de Teotihuacan, que floresceu de 100 a.C. a 800 d.C., pode ter derivado o seu poder de um fascínio enraizado pela obsidiana e pelo derramamento de sangue ritualístico ligado a este vidro vulcânico.
Esta descoberta lança luz sobre a complexa interação entre crenças religiosas e a expansão do império de Teotihuacan, que antecedeu a civilização Asteca por mais de um milénio.
A obsidiana, conhecida pelas suas propriedades reflexivas e bordas afiadíssimas, não era apenas valorizada esteticamente, já que também desempenhou um papel crucial nas práticas rituais da cidade, particularmente no contexto de sacrifícios humanos.
Este fascínio é epitomizado na Pirâmide da Serpente Emplumada, uma das estruturas mais significativas de Teotihuacan, onde esculturas e elementos arquitetónicos incluíam obsidiana, especialmente nas representações da divindade Quetzalcoatl, conhecida pelos Astecas falantes do Nahuatl, relata o IFLScience.
A própria pirâmide, construída por volta de 200 d.C., era adornada com esculturas que continham espelhos de obsidiana dentro de suas órbitas oculares, criando um efeito deslumbrante ao pôr do sol, quando os seus olhos pareciam acender-se com a luz refletida. No entanto, a importância da estrutura vai além de seu impacto visual.
Escavações desenterraram sob a pirâmide os restos de aproximadamente 200 sacrifícios humanos, a maior descoberta do tipo na Mesoamérica na época, acompanhada por numerosas lâminas e projéteis de obsidiana. Isto sugere uma ligação direta entre o uso de obsidiana em cerimónias religiosas e o ato de sacrifício humano, destacando o papel duplo do material como um objeto sagrado e uma arma.
A pesquisa sugere ainda que o momento da construção da pirâmide coincidiu com um aumento significativo na mineração e no comércio de obsidiana, indicando que o surgimento do culto ao espelho de Teotihuacan estava alinhado de perto com os esforços militares e imperialistas da cidade.
A presença de vítimas de sacrifício de terras estrangeiras reforça ainda mais o papel de tais rituais em cimentar o poder e a influência de Teotihuacan em toda a Mesoamérica.
