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Pós-eleições. Críticos internos atiram-se a Catarina Martins

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A atitude do Bloco de Esquerda desde as eleições legislativas de outubro, nomeadamente a disponibilidade para fazer um novo acordo com o PS e a abertura para viabilizar o Orçamento do Estado, reforçou a tese dos críticos internos de Catarina Martins.

No dia 8 de dezembro, cerca de 200 militantes e simpatizantes do Bloco de Esquerda reuniram-se em Lisboa, num encontro nacional batizado de “Convergência”. Deste encontro saiu um manifesto, uma “articulação nacional” e a promessa da apresentação de uma moção na próxima convenção do partido.

Da parte de Catarina Martins, a resposta não passou de desvalorização. Segundo o Expresso, a líder do partido reagiu às críticas internas em entrevista à RTP3, lembrando que o grupo não reprovou o programa do partido na última convenção do Bloco de Esquerda, em 2018.

Deste mote surgiu uma conclusão: desde então, os críticos mudaram de opinião. No entanto, os críticos refutam a tese de Catarina Martins, argumentando que o BE deveria ter exigido mais do PS desde a segunda metade da geringonça. Além disso, sustentam, nas negociações para o OE, a direção só deveria deixar passar se chegasse a acordo para as leis laborais.

Pedro Soares explicou ao Expresso que “queremos um partido com identidade própria que não se deixe toldar pela estratégia de procurar acordos do PS”. “Julgo que é uma ideia comum a muita gente.”

A busca de um acordo com o PS foi, na opinião dos críticos, uma má estratégia do Bloco de Esquerda. Além disso, apontam a “falta de democracia interna” como um dos principais problemas do partido, que já levou à “saída” de alguns membros – quer nas decisões políticas, quer na “contratação de funcionários” a nível local, que é decidida pelo “centralismo” da atual direção.

Depois de um Bloco de Esquerda que não cresceu após a geringonça, os críticos internos ganharam voz.

ZAP //

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