Críticas às novas tabelas da ADSE em várias áreas da Saúde

A nova tabela da ADSE, que entrou em vigor a 01 de setembro, tem enfrentado críticas de vários setores da Saúde, desde dentistas a nutricionistas, principalmente pelos valores atribuídos a alguns atos, exclusões e restrições.

A Ordem dos Médicos, indicou o ECO, indicou que a “nova tabela da ADSE poderá implicar desvalorizações dos atos médicos para níveis muito preocupantes”, com “muitos dos médicos mais qualificados optem por deixar de trabalhar no âmbito da prestação de serviços aos beneficiários da ADSE”.

A Ordem sublinhou ainda que “serão colocadas dificuldades éticas nas decisões, nomeadamente ao nível da escolha de dispositivos e materiais a utilizar por parte das unidades de saúde”.

A Ordem dos Nutricionistas apontou o facto de as tabelas não incluírem a comparticipação de consultas de nutrição, o que consideram um “erro crasso, que se espera que seja corrigido em breve”. A Ordem terá reuniões com a ADSE para incluir essas consultas.

Já a Ordem dos Médicos Dentistas disse que “há atos médico-dentários com valores que podem ficar abaixo do custo real, o que pode configurar uma situação de ‘dumping'”. “Se a nova tabela (…) for cumprida à risca há doentes que vão ficar com tratamentos a meio e há doentes que vão ter cáries a evoluir sem poderem ser intervencionadas”, sublinhou.

A ADSE respondeu que “sendo a Medicina Dentária a valência que, no conjunto dos seus atos, maior aumento teve na tabela que entrou em vigor, muito se estranha o comunicado do senhor Bastonário, que questiona o preço atual dos mesmos atos que tinham um preço muito inferior até ao passado dia 31 de agosto e que sempre foram realizados pelos nossos prestadores”.

A da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e o Colégio da Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos (CEOOM) referiram que “os cancelamentos e dificuldades condicionam de forma grave o acesso dos beneficiários a cuidados médicos que necessitam”, sugerindo a “introdução de alterações que possibilitem a inexistência de restrições em tecnologias e fármacos mais recentes possibilitando os melhores cuidados aos doentes”.

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