Os cristais líquidos – muito comuns em ecrãs de televisão – demonstraram um grande potencial no desenvolvimento de dispositivos de comunicação quântica.
Um grupo de investigadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, descobriu que criação de luz quântica fundamentais para o desenvolvimento de dispositivos quânticos pode ser melhorada graças aos cristais líquidos.
A luz com propriedades quânticas é essencial para tecnologias futuras, como redes de comunicações quânticas e técnicas de imagiologia biomédica.
Apesar de os métodos tradicionais de produção de luz quântica permaneceram inalterados nas últimas seis décadas, o novo estudo, publicado esta quarta-feira na Nature, desenvolveu uma nova técnica utilizando cristais líquidos.
Tradicionalmente, utilizam-se lasers em cristais especiais para gerar luz quântica. Nessa técnica, a única forma de alterar as propriedades da luz é refazer a experiência com um novo cristal, o que se torna dispendioso, demorado e pouco prático.
Como explica a New Scientist, para resolver este problema, a equipa do novo estudo utilizou uma substância constituída por moléculas em forma de bastão que podem tanto ser arrastadas como um líquido, como assumir disposições sólidas.
Expondo os cristais líquidos a campos elétricos, é possível ajustar a sua estrutura e, consequentemente, ajustar as propriedades da luz quântica.
Os investigadores descobriram que os cristais líquidos são muito mais ajustáveis do que os sólidos e quase tão eficientes na produção de luz com partículas emaranhadas.
“Neste aspeto, o cristal líquido é o material perfeito“, enaltece o líder da investigação, Vitaly Sultanov, citado pela New Scientist.
À mesma revista, Maria Chekhova, também do Instituto Max Planck, explica que, se forem utilizados em dispositivos de comunicação quântica, os cristais líquidos poderão facilitar a transmissão de informação através de múltiplos canais em simultâneo.
O grande progresso desta tecnologia prende-se no facto de o cristal poder ser afinado para produzir luz com estados quânticos capazes de codificar muita informação em muitas das suas propriedades.
