O número de homicídios cometidos em solo norte-americano disparou na maioria das cidades do país na primeira metade de 2020, comparativamente com o mesmo período do ano passado, revela uma investigação do New York Times.
Neste período, que coincidiu com o aparecimento da pandemia e o confinamento, a violência armada em Nova Iorque atingiu os valores mais elevados em 25 anos.
No mesmo período, escreve o jornal norte-americano, 14 pessoas foram assassinadas e pelo 106 foram baleadas num só fim de semana em em Chicago. Em Los Angeles, os homicídios aumentaram 250% semanalmente em junho.
De forma global, os homicídios aumentaram 21,8% em 36 cidades norte-americanas. Em simultâneo e em sentido inverso, outros tipos de crime, como os roubos ou assaltos, estão a cair nas mesmas cidades norte-americanas analisadas.
As autoridades dos Estados Unidos suspeitam que a quarentena possa ter influenciado o número de homicídios registados nos primeiros seis meses do ano.
“A primeira explicação que tenho é que as pessoas estiveram fechadas durante a quarentena e [acredito] que a falta de serviços sociais [possa também ter influenciado esta sotuação]”, disse disse Phillip Atiba Goff, CEO do Center for Policing Equity, ao NYT.
“Tudo isto são coisas que esperamos que levem a taxas mais altas de violência (…) Mas isto é apenas especulação”, disse o mesmo responsável.
A quarentena está também associada ao aumento da violência doméstica. Vários abrigos nos Estados Unidos enfrentam um aumento dramático no número de chamadas que recebem com pedidos de ajuda à medida que lutam também contra a pandemia.
“Os homicídios ocorrem, por norma, entre pessoas que se conhecem“, disse por sua vez Jennifer Doleac, professora associada de economia e diretor do Justice Tech Lab no Texas A&M, admitindo que a quarentena pode ter influenciado estes números.