Uma equipa de investigadores vai procurar perceber o estilo de vida e as circunstâncias que levaram à morte de crianças mumificadas nas Catacumbas dos Capuchinhos.
As Catacumbas dos Capuchinhos são uma atração turística macabra em Palermo, Itália, que conta com mais de 1.280 corpos esqueletizados e mumificados, incluindo 163 múmias de crianças. É precisamente este último detalhe que atrai tantos turistas todos os anos.
Agora, 41 dessas múmias infantis vão ser investigadas por uma equipa de cientistas que procuram perceber os seus estilos de vida e as circunstâncias da sua morte há cerca de 200 anos.
Reza a história que os monges do mosteiro começaram a escavar criptas debaixo dele e enterram lá o irmão Silvestro de Gubbio. Inicialmente, as catacumbas destinavam-se apenas a frades falecidos, mas nos séculos seguintes, tornou-se um sinal de estatuto social ser enterrado lá.
Cidadãos ricos de Palermo foram então embalsamados pelos monges capuchinhos de Palermo, uma ordem religiosa de frades franciscanos dentro da Igreja Católica.
Nos seus testamentos, pediam para serem preservados em certas roupas, ou mesmo trocados em intervalos regulares. Diz-se que os familiares visitavam as catacumbas para orar pelo falecido e manter o corpo em condições apresentáveis. Alguns falavam com eles, contando-lhes novidades ou pedindo-lhes conselhos. Outros até comiam com o defunto ou iam lá celebrar datas especiais.
Os monges foram permitindo esta prática mediante o pagamento de esmolas. Caso os familiares parassem de enviar dinheiro, o corpo do falecido era colocado de lado numa prateleira até que retomassem o pagamento.
Além de frades e pessoas da alta hierarquia religiosa em Palermo, as catacumbas também guardam os corpos de médicos, advogados, artistas e soldados, entre outros.
Segundo o portal Ancient-Origins, os 163 corpos de crianças das catacumbas incluem 41 de uma área chamada “capela infantil”, que morreram entre 1787 e 1880.
Entre elas está Rosalia Lombardo, que morreu na altura com quase dois anos de
idade e cujo corpo permanece praticamente intacto desde 1920. O seu corpo foi preservado através de um processo que incluía formol para matar bactérias, álcool para secar o corpo, glicerina para evitar que secasse demasiado, ácido salicílico para matar fungos e sais de zinco para dar rigidez ao corpo.
Melissa Johnson Williams, diretora-executiva da American Society of Embalmers, disse que “você poderia tirá-la do caixão e pô-la de pé, que ela se aguentaria”. Rosalia Lombardo ficaria conhecida como a “múmia da Bela Adormecida”.
A análise através da raios-X que os investigadores vão fazer revelará não só o sexo das crianças, mas também a idade no momento da morte, defeitos de nascimento ou crescimento, indicadores de stress e lesões patológicas.
