Criança foi libertada após passar sete anos presa num quarto pela mãe e avós

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Uma criança de oito anos foi libertada depois de ter passado sete trancada em casa pela mãe e pelos avós na cidade de Attendorn, na Alemanha. Durante esse tempo, terá estado fechada num quarto, numa condição física tão subdesenvolvida que dificilmente subia escadas.

“Maria”, o nome fictício como está a ser referida na imprensa alemã, foi libertada a 23 de setembro, avançou o SauerlandKurier, citado pelo Guardian. A criança não apresentava sinais de maus tratos físicos ou subnutrição, mas nunca terá visto uma floresta ou andado de carro, referiram as autoridades.

Embora consiga andar e falar, “mal conseguia subir escadas sozinha ou andar em terrenos irregulares”, além de não ter conseguido “vislumbrar muito do mundo exterior”, afirmou o procurador-geral Patrick Baron von Grotthuss ao SauerlandKurier.

O pai da menina, de 46 anos, já estaria separado da mãe à data do nascimento da filha, tendo apenas sido informado, através de uma nota deixada no seu carro, de que a mãe se mudaria para o sudoeste de Itália com a bebé.

O homem informou as autoridades de proteção de menores, em 2015, de que tinha visto a mãe e a criança em Attendorn, a 50 quilómetros de Dortmund, onde viviam os avós maternos da menina. Quando a polícia e assistentes sociais dirigirem-se à casa dos avós, estes negaram as alegações e recusaram-se a deixá-los entrar em casa.

No mesmo ano, quando “Maria” teria cerca de um ano e meio, a mãe, nomeada como “Rosemarie G”, comunicou às autoridades alemãs que emigraria para Itália, deixando de ter registo de residência na Alemanha. Esta terá contornado a lei e impedido a filha de ir à escola ou realizar exames médicos.

Mesmo após várias denúncias anónimas, as autoridades locais apenas voltaram a investigar o caso em julho deste ano, após um casal residente num município vizinho, Lennestadt,​ ter dado conhecimento à polícia de um boato sobre uma criança que estaria trancada há anos em casa dos avós.

A 12 de setembro, a polícia italiana confirmou às autoridades de proteção de menores alemãs que “Maria” e “Rosemarie G” nunca tinham vivido na morada na Calábria, no sudoeste de Itália, que a mãe da criança tinha dado como sendo a sua nova casa anos antes.

Dias mais tarde, e já com um mandado de busca, a polícia encontrou a menina em casa dos avós, escondida num quarto com a mãe. Ainda não são claros os motivos que levaram a mulher de 47 anos a manter a filha presa em casa, uma vez que esta e os avós se recusaram a responder ao interrogatório policial.

O caso está a ser investigado pelo Ministério Público da cidade de Siegen. A mãe de “Maria” arrisca agora um crime de prisão que poderá chegar aos dez anos por maus-tratos contra menores e por ter mantido a filha presa ilegalmente.

A menina encontra-se desde 23 de setembro com uma família de acolhimento e está a ser acompanhada por psicólogos.

ZAP //

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