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Criança de 10 anos sobrevive a ameba “come cérebros”

USCDC / Wikimedia

Parasita Naegleria fowleri, conhecido como a ameba que “come cérebros”

Uma menina de 10 anos sobreviveu ao primeiro caso em Espanha de Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), uma doença que é mortal em 97% dos casos.

Uma criança de 10 anos, de Toledo, Espanha, conseguiu sobreviver a uma Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), uma doença com uma alta taxa de mortalidade e muito rara. No mundo, avança o Observador, há apenas uma dúzia de sobreviventes. A menina é o primeiro caso do género registado no nosso país vizinho.

Em março, a menina deslocou-se ao Hospital Virgen de la Salud de Toledo, queixando-se de dores de cabeça muito fortes, febre e rigidez no pescoço, sintomas associados a esta doença rara. Ainda assim, chegar a este diagnóstico foi uma verdadeira batalha.

O diário relata que os primeiros exames descartaram as hipóteses de origem viral ou bacteriana. Deste modo, os médicos espanhóis necessitaram de identificar uma patologia que, até então, era desconhecida em Espanha.

Após vários exames, e com o acompanhamento do Centro Nacional de Microbiologia (CNM) e do Instituto Universitário de Doenças Tropicais e Saúde Pública das Canárias, da Universidade de La Laguna, os médicos conseguiram chegar a uma conclusão exata.

Ao El País, Isabel Fuentes Corripio, chefe de unidade no CNM, disse que “estas são provas muito complexas, que requerem amostras adequadas com amebas viáveis, experiência neste tipo de culturas, provas moleculares… Foi a primeira vez que identificamos a Naegleria fowleri em humanos e foi um desafio”.

A menina passou por um duro tratamento com antiparasitários administrados por via intravenosa, que vai diretamente ao cérebro da criança, já que nestes casos a aplicação de antibióticos não é suficiente.

“A equipa médica atuou com rapidez e o tratamento chegou ao sítio exato”, explicou Manuel Tordera, diretor geral do Departamento de Saúde Pública da Junta de Comunidades de Castilha. Neste caso, o especialista referia-se ao sistema nasal, dado que é através do nervo olfatório que a ameba é conduzida e ataca a meninge e o encéfalo.

A criança continua a ser vigiada devido à possibilidade de efeitos secundários.

Em junho deste ano, a equipa investigou o local de contágio. Para isso, seguiu todos os lugares frequentados pela criança e chegou até à piscina de Torrijos, local que frequentava todas as semanas. Os investigadores retiraram amostras da água para análise e foi descoberta a presença do parasita.

Ainda assim, revela o matutino, a equipa médica estranhou, dado que os níveis de cloro da piscina estavam de acordo com os estipulados pela normativa de Castilha. A Junta deu, então, ordem de fecho da piscina, os seus esvaziamento e solicitou que os filtros fossem limpos.

Apesar de já terem voltado a encher a piscina e aumentado os níveis de cloro, o pólo desportivo ainda se mantém fechado ao público.

ZAP //

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