Crescimento “preocupante” de casos de covid-19 no Luxemburgo (e a “culpa” pode ser de portugueses e cabo-verdianos)

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O Luxemburgo está a assistir, nas últimas semanas, a um crescimento significativo no número de novas infecções por covid-19. A ministra da Saúde fala numa subida “preocupante”. Muitas destas novas infecções são entre portugueses e cabo-verdianos.

Neste domingo, 4 de Julho, foram anunciados mais 46 novos casos de infecção por covid-19 no Luxemburgo quando na véspera tinham sido detectados 29.

O número de infectados do país vai nos 4.522, com 110 mortes contabilizadas. Mas o “número de infecções activas multiplicou por 10 em três semanas“, conforme avança o site 5minutes.rtl.lu.

Actualmente, haverá 321 pessoas com a infecção quando eram apenas 31 a meio de Junho, segundo a publicação.

Apesar disso, “o número de hospitalização mantém-se contido: 22 pacientes admitidos, dos quais três nos Cuidados Intensivos”, refere a mesma fonte.

“Muitas” das novas infecções estarão a aparecer ” entre portugueses, cabo-verdianos e restante comunidade lusófona” a viver no Luxemburgo, conforme avança o jornal local Lux24.

A causa para esta realidade serão as “viagens de e para o estrangeiro e festas privadas ou familiares”, conforme nota o mesmo jornal.

Perante estes dados, a ministra da Saúde do Luxemburgo, Paulette Lenert, convocou uma conferência de imprensa para esta segunda-feira, onde vão estar também os embaixadores de Portugal e de Cabo Verde no país, com o intuito de “sensibilizar” estas comunidades para a importância de manter as medidas de distanciamento social.

O Embaixador de Portugal, António Gamito, refere ao site Contacto que a ideia é passar a mensagem da importância de evitar “práticas de risco”, depois de, “na semana passada, uma boa parte dos casos de infecção” se ter verificado “no seio das comunidades lusófonas e em particular junto de pessoas que dominam mal o francês e estão recentemente no país”.

De acordo com dados oficiais de Janeiro de 2019, vivem no Luxemburgo cerca de 95 mil portugueses, o que constitui cerca de 15% da população total do país que tem à roda de 600 mil habitantes.

A ministra da Saúde fala de uma média de 50 novos casos por dia, o que considera ser “preocupante”, conforme uma entrevista divulgada no site do Governo luxemburguês.

“Há qualquer coisa que não funcionou como tínhamos previsto”, assume ainda Paulette Lenert. “Talvez tenhamos sobrestimado a responsabilidade individual“, constata ainda.

Entre as causas das novas infecções, a ministra coloca “o fenómeno dos barbecues e das festas de família, de festas privadas onde as pessoas relaxaram” as medidas de distanciamento social.

Sobre a hipótese de um novo confinamento, Paulette Lenert nota que “não pode nunca ser excluído”, mas considera que “seria a catástrofe, um fracasso total” se fosse preciso recuar a esse ponto.

Entretanto, a polícia luxemburguesa reforçou as acções de fiscalização em cafés, bares e restaurantes, para verificar se cumprem as medidas sanitárias, como o distanciamento social e o uso de máscaras, e o horário de encerramento – os estabelecimentos comerciais estão obrigados a encerrar à meia-noite.

Neste fim-de-semana, a polícia detectou vários casos de incumprimento em diferentes localidades pelo Luxemburgo.

ZAP //

 

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