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CP impôs silêncio a trabalhadores no mesmo dia que exonerou diretor

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No mesmo dia em que exonerou o diretor de material circulante, a CP distribuiu um código de ética pelos funcionários que exige que ninguém ponha “em risco a imagem da empresa”.

O diretor de material circulante da CP, José Pontes Correia, foi exonerado depois de se ter manifestado contra um ato de gestão da administração da empresa, que pode, na sua opinião, pôr em causa a segurança dos passageiros. Nesse mesmo dia, a empresa distribuiu um código de ética pelos funcionários que exige que ninguém ponha “em risco a imagem da empresa”.

Segundo o Jornal de Notícias, a CP – Comboios de Portugal recusa, porém, a ideia de que a saída de José Pontes Correia esteja relacionada com as suas críticas ao adiamento das revisões periódicas dos comboios.

De acordo com o código de ética distribuído pela empresa, os trabalhadores devem “agir nas relações interpessoais e com a empresa de modo a não pôr em risco a reputação e a imagem da mesma”.

O JN contactou representantes da comissão de trabalhadores que explicaram que o adiamento das revisões implicava, inicialmente, que em vez de as composições terem de ir à revisão após cumprirem 1,7 milhões de quilómetros, esse limite passaria para os 1,8 milhões de quilómetros.

No entanto, mais tarde, o limite passou para os dois milhões de quilómetros, o que foi lido como uma forma de evitar que essas revisões – que irão provocar supressões no serviço – ocorressem na altura das eleições legislativas do próximo ano.

Atualmente, as regras indicam que os rodados das automotoras têm de ser avaliados ao fim de 1,7 milhões de quilómetros, eventualmente sendo substituídos para que a composição possa regressar ao serviço.

Em cima da mesa está uma proposta de alargamento desse limite para dois milhões de quilómetros que José Pontes Correia criticou. “Fui exonerado por discordar”, disse à TSF, acrescentando que enquanto esteve “de baixa, nomearam um diretor interino para aprovar aquilo que eu rejeitei”.

ZAP //

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2 Comments

  1. Estamos numa “ditadura” não se pode exercer o direito de opinião…
    Despedido ??? Por estar a defender a segurança do utilizadores. Depois os acidentes acontecem e a “CULPA” não é de ninguém…

  2. É claro que não dá jeito nenhum que “essas revisões – que irão provocar supressões no serviço – ocorressem na altura das eleições legislativas do próximo ano”…
    É preciso resolver o assunto e em vez de antecipar, adia-se. A segurança, interessa lá a alguém? Aconteça o que acontecer, ninguém paga!…
    Quem não está de acordo, leva…

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