Costinha obrigou Maniche a corrigir livro por causa da história da camisola rasgada

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Nuno R Maniche / Facebook

Lançamento do livro “MANICHE 18, As Histórias (ainda) não contadas”

O ex-internacional português Costinha processou o amigo e ex-colega de equipa no FC Porto Maniche por causa do livro “MANICHE 18, As Histórias (ainda) não contadas”. Nele, Maniche conta que foi Costinha quem rasgou a camisola de Rui Jorge em 2004, após um jogo entre Sporting e FC Porto.

Costinha levou o caso a Tribunal, desmentindo que tenha sido ele a rasgar a famigerada camisola. Antes do livro de Maniche, pensava-se que teria sido José Mourinho, então treinador do FC Porto, a rasgá-la. Mas, afinal, o mistério continua.

A alegação feita no livro “MANICHE 18, As Histórias (ainda) não contadas”, escrito pelo jornalista Tiago Guadalupe e lançado em 2018, é “descabida e absolutamente falsa”, refere Costinha na acção judicial, segundo cita o Diário de Notícias (DN).

O processo judicial arrancou em Novembro de 2018, logo depois do lançamento do livro, com Costinha a frisar que a versão de Maniche sobre o episódio da camisola ofendeu a sua “reputação” e “bom nome”, pelo facto de “imputar-lhe uma conduta absolutamente imprópria para um futebolista ou treinador de futebol profissional, de incitamento à violência, ódio e intolerância no desporto e também de desrespeito e até desprezo pela camisola suada de um colega de profissão e de um importante clube de futebol português”.

Vincando que a camisola é “verdadeiramente” a “personificação do jogador perante quem o rodeia, espelhando as emoções e o respeito, consideração e até admiração do público, colegas e demais agentes do fenómeno desportivo”, Costinha frisa que “destruir ou rasgar intencionalmente a camisola de um colega” é “um gravíssimo acto de incitamento à violência e à intolerância nos espectáculos desportivos”.

O ex-internacional português acrescenta que nunca poderia ter cometido tal acto, já que “contraria todos os valores da ética desportiva e profissionalismo digno” que “sempre adoptou e cumpriu” ao longo da sua carreira.

Além disso, Costinha vinca que estava lesionado na clavícula e que foi “para uma área afastada do balneário, na zona dos duches, onde procurava recuperar das dores e esforço do jogo”, logo depois do apito final. E diz que só ouviu “o barulho de uma algazarra, na zona dos vestuários onde os jogadores se equipam”, mas não viu quem rasgou a camisola.

Costinha nota que só sabe, pelo que lhe contaram, que “o roupeiro do SCP deslocou-se ao balneário do FCP com a camisola do futebolista Rui Jorge do SCP para a trocar por uma camisola de um jogador do FCP e alguém terá rasgado a camisola de Rui Jorge”.

Na acção judicial, ex-jogadores portistas como Jorge Costa, Nuno Espírito Santo e Benni McCarthy testemunharam em favor de Costinha. E o Tribunal acabou por dar-lhe razão.

A editora foi obrigada a corrigir a informação constante do livro em próximas edições e a pedir desculpas a Costinha. Houve também lugar a uma “compensação” a Costinha pelos danos morais sofridos, cujo valor não foi divulgado e que será entregue a uma instituição de solidariedade social.

Só falta saber se o episódio afectou a amizade entre Costinha e Maniche que jogaram juntos no FC Porto durante três épocas. Depois de deixarem o clube, jogaram juntos por um ano no Dínamo de Moscovo, na Rússia, e ainda vieram a alinhar lado a lado com a camisola do Atlético de Madrid na temporada 2006/2007.

Voltaram a reencontrar-se no Sporting na época 2010/2011, com Costinha como director desportivo e Maniche como jogador. Maniche foi ainda adjunto de Costinha quando este treinou o Paços de Ferreira (2013) e a Académica (2016).

ZAP //

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