Aistė Karpytė / Vilnius Archdiocese
Entre os objetos encontrados há coroas, anéis, correntes ou um cetro. Os artefactos serão restaurados e expostos ao público ainda este ano.
Um conjunto de objetos de enterro real do século XVI, escondido durante quase um século, foi recuperado de um nicho por baixo de uma escadaria na Catedral de Vilnius, na Lituânia. Os tesouros, incluindo coroas de ouro, anéis e outros objetos cerimoniais, foram escondidos em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial.
A descoberta foi feita a 16 de dezembro por uma equipa de peritos que utilizou uma câmara endoscópica para explorar cavidades nas câmaras subterrâneas da catedral. A descoberta foi anunciada oficialmente a 6 de janeiro durante uma conferência de imprensa, relata o Live Science.
Os objetos, originalmente enterrados com os governantes do século XVI, foram desenterrados na sequência de uma inundação de 1931 que expôs a cripta e os sarcófagos de três monarcas. Entre os artigos encontravam-se coroas, anéis, correntes, um cetro, um globo e placas de caixão que identificavam os falecidos como Alexander Jagiellon, Grão-Duque da Lituânia e Rei da Polónia, juntamente com duas esposas de Sigismundo II Augusto, Elisabeth da Áustria e Barbara Radziwiłł.
As dinastias Jagiellon e Habsburgo, protagonistas da política europeia, foram fundamentais para o início do Renascimento polaco, conhecido como a “idade de ouro” da região. O Arcebispo de Vilnius, Gintaras Grušas, saudou os trajes como “tesouros históricos inestimáveis” e exemplos de uma ourivesaria excecional.
Embrulhados num jornal datado de setembro de 1939, os objetos de arte há muito que eram procurados por especialistas. Os registos históricos indicavam a sua existência, mas as buscas anteriores não conseguiram localizar o tesouro escondido.
“Estes símbolos são significativos para o Estado e para cada um de nós”, observou Rita Pauliukevičiūtė, diretora do Museu do Património da Igreja de Vilnius, que enfatizou a importância dos artefactos na afirmação da catedral como o local de sepultamento da elite da Lituânia.
A redescoberta tem um imenso valor histórico para a Lituânia, uma nação com poucos artefactos sobreviventes desta época.
Os objetos foram catalogados e serão sujeitos a restauro antes de serem expostos ao público ainda este ano, oferecendo um raro vislumbre das opulentas tradições funerárias dos monarcas lituanos da era renascentista.
