Uma é para pessoas que realmente são cegas, mas as outras duas dividem-se entre pessoas com baixa visão e outras surdocegas.
É normal associarmos uma bengala a uma pessoa cega. Se anda na rua com uma bengala, é porque não vê.
Não é bem assim. Ou melhor, em alguns casos é exactamente isso.
No Brasil, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios já tinha explicado que há três tipos de bengalas para pessoas com deficiência visual.
Mas os tipos de deficiência visual não são todos iguais. E, para cada “grupo”, há uma ou mais determinadas cores: ou branca, ou verde ou branca e vermelha. A cor é um código.
A bengala branca é mesmo para o que a maioria das pessoas pensam: para cegos.
A bengala verde é para pessoas com baixa visão, mas não totalmente cegas.
Já a bengala branca e vermelha indica que aquela pessoa é surdocega. Ou seja, alguém que não vê e não ouve (ou total, ou parcialmente).
O Notícias ao Minuto lembrava no ano passado quase 600.000 portugueses têm baixa visão – que não tem de ser sinónimo de cegueira total – e que não pode ser corrigida com óculos, lentes de contacto, medicação ou cirurgia.
Andreia Neves, psicóloga na Associação Retina Portugal, conta que, antes de existir a bengala verde, houve situações em que “pessoas ofenderam outras com baixa visão que usavam bengala branca, porque ajudaram-nas a entrar num comboio ou num restaurante e depois viram essa mesma pessoa a ler uma revista ou a ementa”. Assim, a bengala verde “veio prevenir alguns mal-entendidos”.