Coreia do Norte faz explodir estradas com ligação à Coreia do Sul. Seul responde com tiros

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Kim Chul-Soo / EPA

A Coreia do Norte destruiu várias estradas com ligação ao sul, no meio de acusações de que Seul está a distribuir panfletos de propaganda com drones em Pyongyang. A Coreia do Sul respondeu com tiros de aviso.

A Coreia do Norte destruiu hoje vários troços de estradas de ligação ao Sul, informou o exército sul-coreano, depois de Pyongyang ter anunciado que iria cortar as vias de transporte para o país vizinho.

“A Coreia do Norte detonou partes das estradas de Gyeongui e Donghae na Linha de Demarcação Militar por volta do meio-dia” (04:00 em Lisboa), informou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano (JCS, na sigla em inglês) em comunicado.

Em resposta, as forças sul-coreanas dispararam tiros de aviso a sul da linha de demarcação militar (MDL). Esta última troca de tiros segue-se à declaração anterior do líder norte-coreano Kim Jong-un de que a Coreia do Sul é o “principal inimigo” do Norte.

A Coreia do Norte tem vindo a reforçar a sua posição militar ao longo da fronteira, colocando minas, construindo barreiras anti-tanque e instalando mísseis com capacidade nuclear. Na semana passada, Pyongyang ameaçou fechar permanentemente a sua fronteira sul em retaliação pelos exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e pelas recentes visitas de meios nucleares americanos.

Para além das detonações nas estradas, a Coreia do Norte acusou a Coreia do Sul de sobrevoar Pyongyang com drones e de distribuir propaganda anti-regime. O Norte convocou uma reunião de segurança no início desta semana, durante a qual Kim Jong-un apelou a uma “ação militar imediata”.

Durante a reunião, foi apresentado um relatório sobre as “graves provocações do inimigo” e Kim “expressou uma posição política e militar firme”, ainda de acordo com a KCNA.

O Ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, negou inicialmente que Seul fosse responsável pelo envio dos aparelhos aéreos não tripulados. O JCS disse mais tarde que não podia “confirmar se as alegações norte-coreanas eram verdadeiras ou não”.

Grupos do Sul costumam enviar propaganda e dólares norte-americanos para o Norte, normalmente por balão. Pyongyang avisou que qualquer nova incursão de drones seria considerada “uma declaração de guerra”.

“O nosso exército está a acompanhar de perto a situação e está totalmente preparado para responder às provocações do Norte”, reagiu na segunda-feira o porta-voz do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (JCS, na sigla em inglês) da Coreia do Sul, Lee Seong-joon, criticando Pyongyang pelas acusações “sem vergonha”.

Na semana passada, Pyongyang anunciou ainda que estava a cortar e a fortificar estradas e caminhos-de-ferro que ligam ao Sul, em resposta a uma emenda constitucional recentemente aprovada que terá redesenhado unilateralmente as fronteiras do país, por ordem do líder Kim Jong-un.

Entretanto, a Coreia do Sul está a reforçar as suas defesas. Em julho, Seul anunciou planos para instalar “lasers derretedores de drones” de alta tecnologia para combater futuras provocações, um projeto apelidado de “Projeto StarWars”. Isto acontece depois de, em 2022, drones norte-coreanos se terem infiltrado no espaço aéreo sul-coreano, dando origem a uma resposta militar que acabou intercetar a aeronave.

Embora as duas Coreias permaneçam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou num armistício e não num tratado de paz, o Comando das Nações Unidas na Coreia, que supervisiona o armistício, afirmou ter conhecimento das acusações norte-coreanas.

“O comando está atualmente a investigar em estrita conformidade com o acordo de armistício”, afirmou.

ZAP // Lusa

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