A Coreia do Norte referiu que as crianças de orfanatos “ofereceram-se para trabalhar em minas de carvão e quintas”, apesar das críticas internacionais ao uso predominante de trabalho infantil no país.
O jornal estatal Rodong Sinmun relatou na sexta-feira que as crianças de orfanatos norte-coreanos “se ofereceram para trabalhar em grandes obras de construção socialista”.
O relatório apresentou uma foto de meninos e meninas sentados, separados uns dos outros, numa cerimónia, e elogiou a intenção das crianças de “glorificar a sua juventude na luta pela prosperidade do país”.
O órgão de comunicação refere que as crianças – cerca de 150 – são provenientes da Escola para Órfãos de Tonghae e da Escola para Órfãos de Sohae.
No domingo, o jornal voltou a frisar que mais de 700 graduados de escolas de ensino médio para órfãos ofereceram-se para trabalhar em setores considerados pesados, incluindo o florestal.
Contudo, há muito tempo que vários ativistas dos direitos humanos têm vindo a acusar a Coreia do Norte de explorar crianças órfãs. De acordo com a Human Rights Watch, o governo forçou crianças a realizar trabalhos árduos, incluindo na agricultura, quebra de rochas e recolha de sucata.
O país negou as alegações de trabalho forçado e acusou alguns países desenvolvidos não especificados de submeter crianças à violência armada e interferir nos assuntos de outras nações, escreve o Vice.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte elogiou ainda a forma como o país trata as suas crianças. Graças a Kim Jong Un, “os nossos filhos estão agora a crescer de forma brilhante e vivaz no abraço de um sistema socialista infinitamente grato”, referiu o ministério.