Coreia do Norte lançou “ataque nuclear tático” com mísseis de cruzeiro de longo alcance

(dv) KCNA / YONHAP

A Coreia do Norte realizou este sábado um “ataque nuclear tático simulado”, informou hoje a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

No exercício foram usadas ogivas nucleares falsas montadas em dois mísseis de cruzeiro de longo alcance disparados na direção do mar Amarelo, indicou a agência estatal norte-coreana.

“Um ataque nuclear tático simulado foi realizado na madrugada de 02 de setembro para avisar os inimigos do perigo de uma guerra nuclear”, afirmou a KCNA.

A operação foi uma resposta aos exercícios militares conjuntos Ulchi Freedom Shield, da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, decorridos durante 11 dias e terminados a 31 de agosto.

“Dois mísseis de cruzeiro estratégicos de longo alcance com falsas ogivas nucleares foram lançados” em direção ao mar, a sul da costa ocidental da Coreia do Norte, acrescentou a agência.

No sábado, o Estado-Maior da Coreia do Sul anunciou que um número desconhecido de mísseis de cruzeiro tinha sido disparado na direção do mar Amarelo.

Na quinta-feira, o regime norte-coreano disparou dois mísseis balísticos de curto alcance no âmbito de uma nova “simulação de ataque nuclear tático”.

Pyongyang avisou, no início dos exercícios militares conjuntos entre os Etsados Unidos e a Coreia do Sul, que a realização destas manobras podia eventualmente conduzir a uma “guerra termonuclear”.

As manobras militares conjuntas de Washington e Seul suscitam sistematicamente a ira de Pyongyang, que as considera como ensaios para uma invasão do seu território. A KCNA acusa os Estados Unidos e a Coreia do Sul de procurarem um “confronto histérico” com seus últimos exercícios militares conjuntos.

A Coreia do Norte realizou este ano um número recorde de testes nucleares.

Em resposta, Seul e Washington intensificaram a sua cooperação defensiva, incluindo o uso de aviões furtivos avançados nos seus exercícios conjuntos. Os aliados afirmam que estas manobras são defensivas defensivo e destinam-se a reforçar a cooperação militar bilateral.

Na terça-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou um centro de comando naval onde apresentou os planos em caso de guerra, incluindo “ataques simultâneos de alta intensidade” contra posições militares sul-coreanas.

As relações entre as duas Coreias está em seu pior momento em anos, com gestões diplomáticas estagnadas depois das tentativas frustradas de discutir a desnuclearização de Pyongyang.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra desde o conflito que as opôs entre 1950 e 1953, que terminou com um cessar-fogo e não com um tratado de paz.

Além dos testes de mísseis, a Coreia do Norte está a tentar colocar em órbita um satélite espião. Em maio, o foguetão Chollima-1 que transportava o primeiro satélite espião da Coreia do Norte despenhou-se no mar, depois de ter perdido o impulso após as etapas iniciais.

A segunda tentativa norte-coreana de lançar um satélite espião, o Malligyong-1, fracassou também, a 24 de agosto.

Apesar do fracasso, os oficiais norte-coreanos minimizaram o incidente, afirmando que a causa do acidente não é uma questão significativa em relação à confiabilidade do sistema do foguete, e prometeram continuar os seus esforços com uma terceira tentativa em outubro.

ZAP // Lusa

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