A mesma cor tem significados diferentes dependendo do animal. Já sabemos porquê

Marshal Hedin / Wikimedia

A pesquisa tentou descobriu por que é que alguns animais usam uma cor para tentar afugentar predadores enquanto outros usam a mesma cor para tentar atrair parceiros — e a divisão não é aleatória.

Alguns, como os pavões ou os camaleões, são um exemplos vibrantes de cor, mas, na sua maioria, os animais têm cores neutras e que dão pouco nas vistas. Mas será que há algum padrão que determina as cores dos animais?

Por exemplo, o vermelho brilhante do cardinal macho do norte serve para seduzir as fêmeas, no entanto, nas rãs-morango, as sua cor vermelha e pintas pretas serve como aviso para quem estiver com fome, já que este animal é venenoso.

Foi para responder a esta questão que uma equipa de investigadores pôs as mãos à obra. As suas descobertas foram relatadas num estudo publicado na Evolution.

Para isto, estudaram 1824 espécies de vertebrados terrestres, separando o propósito das suas cores em dois grupos — ou um “encosta-te a mim” ou um “chega para lá”. E parece que há um ponto em comum.

Os animais que usam as suas cores para atrair alguém, como os pássaros e os lagartos, descendem todos de animais diurnos, ou seja, que eram activos durante o dia. Já os animais que procuram afugentar quem se quiser aproximar com as suas cores, como as cobras e os anfíbios, descendem de criaturas nocturnas.

Esta distinção faz sentido — os animais mais coloridos vão ser mais notórios durante o dia e poderão assim atrair um parceiro, enquanto que os animais que estão acordados à noite não têm nada a ganhar em ter cores vibrantes, dado que ninguém as consegue ver no meio da escuridão.

A correlação entre a cor dos animais e se são diurnos ou nocturnos, no entanto, já não existe — a relação está puramente relacionada com os seus antepassados, relata o Science Alert.

“Não importa a forma como uma espécie produz a cor. A forma como um pássaro se torna vermelho é diferente da forma como um lagarto se torna vermelho, mas este padrão geral da actividade de dia e de noite ainda funciona”, explica o biólogo evolutivo e co-autor John Wiens.

A maioria dos animais terá começado por ter uma cor neutra, tendo ganho um tom mais forte com o passar do tempo. O objectivo é mesmo dar nas vistas, já que na maior parte dos casos, estas espécies vivem em ambientes onde as suas cores se distinguem bem do seu ambiente. Isto acontece porque os animais mais coloridos estavam mais aptos a sobreviver e, por isso, reproduziram-se mais.

As cores analisadas foram o vermelho, laranja, amarelo, roxo e azul. Os investigadores descobriram que todas as cores, excepto o azul, estavam divididas de forma semelhante no seu propósito para atrair ou para afugentar.

O azul foi a única cor que mostrou uma tendência clara — é mais usado para atrair parceiros do que para afastar inimigos. A razão desta diferença em relação às restantes cores continua a ser um enigma.

Adriana Peixoto, ZAP //

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