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Consumidores pagam gás de botija que não consomem

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Daniele Civello / Flickr

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A Associação de Defesa do Consumidor DECO alertou hoje para os desperdícios de gás de botija pagos pelos consumidores, que podem chegar aos 72 euros anuais no consumo de uma garrafa por mês.

Segundo a DECO, para quem compra uma botija de gás por mês, o desperdício que fica na garrafa representa 72 euros anuais, o que corresponde ao custo de quase três garrafas.

“Numa botija de gás butano existem sempre cerca de 300 gramas de gás que são devolvidos à marca, mas se for usada num esquentador a quantidade de gás que não é queimado e volta para a marca ronda os 3 quilos”, afirma a DECO.

O Governo ficou de apresentar hoje um estudo sobre os preços do gás natural e do gás de botija e o Governo, mas, segundo o gabinete de Jorge Moreira da Silva, o documento será entregue na quinta-feira aos deputados.

De acordo com a TSF, o ministro do Ambiente vai avançar com um preço de referência para o gás de botija, decisão que terá sido tomada na sequência de um estudo que indica que o preço do gás de botija é superior em 50% ao preço do gás natural.

“Ao considerarmos que 58% dos lares consomem gás butano, se os consumidores usarem 12 garrafas por ano e devolverem cada uma com quase 300 gramas, as marcas têm um ganho anual mínimo que ronda os 16 milhões de euros”, estima a associação, defendendo uma revisão da forma como o gás é vendido.

A Deco avaliou a quantidade de gás que vem nas botijas, face ao anunciado, e verificou se ficam mesmo vazias, na sequência de alertas recebidos de vários consumidores.

Foram analisadas 40 botijas adquiridas no Algarve e nas zonas de Lisboa e Porto.

“O problema maior é quando a botija só é usada no esquentador. Se puder também colocá-la no fogão, gaste aí o gás remanescente”, aconselha a DECO em comunicado.

Mesmo assim, nunca é queimada a totalidade do gás, sobrando em média 285 gramas, avisa.

A Deco defende medidas que impeçam que os consumidores sejam lesados e que reforcem o controlo da qualidade e segurança, sugerindo a inscrição de informações na garrafa como a data, o lote e o local de enchimento, com caráter obrigatório.

A associação diz ser fundamental que entre em pleno funcionamento, o mais rapidamente possível, a recém-criada Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis.

/Lusa

3 Comments

  1. É verdade… Se for em botijas de 45kg e com tempo frio, chega a ir meia botija para trás. É por isso que os distrubuidores passam por casa para “transferir” o gás para as botijas deles com uns motores manhosos… mas isto não é de agora.

  2. O gás deveria de ser vendido ao kg. Assim pesa-se a garrafa à saída e à entrada e faz-se a diferença. Para isso é que inventaram as balanças à com gramas… O consumidor compra X Kgm de gás e devolve Y gm de gás… simples

  3. Ao fim de quase 50 anos a DECO descobriu a polvora dos restos de Gás, esqueceu-se de dizer foi tudo, como de custume, vai ver a EDP Gás faz publicidade na Deco. Publicidade extra sem custos.
    Podiam dizer que o poder calorifico do gás natural, não ghega as 9.000 kcl e que o gás Butano tem 28.000 kcl, ou seja, poupamos tempo, água. saneamento e Gás.
    Já agora se quiserem vir com uma balança pesar cada garrafa, o que é fácil porque elas vêm com o peso da tara inscrito nelas, vão ter uma grande surpresa. o problema não está no desperdicio esta nos quase 55% de imposto que o estado cobra por garrafa, enquanto no gás natural, só cobra os 23%, aí é que está a diferença.

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