Consultor da campanha de Trump condenado a 14 dias de prisão por mentir ao FBI

Tasos Katopodis / EPA

George Papadopoulos, consultor da campanha de Trump condenado a 14 dias de prisão por mentir ao FBI

Um tribunal de Washington condenou a 14 dias de prisão o ex-conselheiro diplomático de Donald Trump, acusado de mentir num inquérito sobre o possível conluio, em 2016, entre Moscovo e a equipa de campanha do Presidente.

George Papadopoulos, de 31 anos, que se declarou culpado em 2017 de falso testemunho ao FBI, foi condenado a 14 dias de prisão, multado no valor de 9.500 dólares (8.168 euros) e a um ano de liberdade condicional e 200 horas de trabalho comunitário.

O ex-assessor de campanha eleitoral do agora Presidente dos EUA tornou-se hoje o primeiro ex-membro da equipa de campanha do magnata a ser condenado no âmbito do enredo russo.

“Espero ter uma segunda oportunidade para me redimir. Cometi um terrível erro, mas sou um bom homem”, disse Papadopoulos ao juiz em tribunal, citado pelo Expresso. “As pessoas apontam o dedo e riem-se entredentes, estou completamente deprimido. Esta investigação tem implicações globais e a verdade importa. Estou pronto para aceitar a minha sentença”, acrescentou.

Papadopoulos havia alcançado um acordo, pelo qual se declarou culpado e aceitou colaborar com o investigador principal do caso russo, Robert Mueller, que dirige as investigações sobre a alegada coordenação entre a campanha do candidato republicano e o Kremlin para prejudicar a sua rival eleitoral, a democrata Hillary Clinton.

Em outubro de 2017, o ex-conselheiro de política internacional de Trump concordou em colaborar com Mueller, convertendo-se no primeiro investigado da trama a aproximar-se dos investigadores para evitar uma sentença mais grave.

Desta forma, Papadopoulos admitiu ter mentido ao FBI em janeiro de 2017 sobre uma conversa que manteve em abril de 2016 com um professor russo com ligações ao Kremlin.

Nessa conversa, que aconteceu quando Papadopoulos era assessor de política externa da campanha de Trump, o professor prometeu-lhe “milhares de correios eletrónicos” com informação comprometedora sobre Hillary Clinton.

Com o mesmo homem, Papadopoulos também abordou um potencial encontro entre o então candidato republicano e o Presidente russo, Vladimir Putin, que acabou por não se concretizar.

De acordo com a defesa do jovem assessor, Papadopoulos pôs sobre a mesa a proposta e, apesar de não ser bem recebida por muitos elementos da equipa do magnata, Trump assentiu com a cabeça e delegou o assunto naquele que é agora o seu procurador-geral, Jeff Sessions.

Nos últimos tempos, tinha-se especulado na imprensa norte-americana sobre a possibilidade de Papadopoulos decidir cancelar o acordo com Muller, depois de o Ministério Público pedir uma pena máxima que implicaria um tempo de prisão, embora acabasse por não ser assim.

A condenação chega 17 dias depois de ser declarado culpado o ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, por delitos de fraude no âmbito da trama russa, e de confessar a culpabilidade em vários delitos o seu advogado pessoal, Michael Cohen, que atribuiu ao Presidente delitos de violação de normas de campanha.

ZAP // Lusa

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