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Construtor que deu prenda milionária a Salgado quer construir mega-central solar

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Wikimedia

Painéis solares

O empresário José Guilherme, conhecido por ter oferecido uma “prenda” de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado, tem planos para construir uma mega-central solar na Herdade dos Arrochais, na Amareleja, Alentejo, onde costumava receber políticos para caçadas.

O projecto de José Guilherme ainda não saiu do papel, mas está em andamento e pode “tornar-se uma das maiores centrais do país“, conforme dados recolhidos pelo Expresso.

O semanário refere que pode ter “até 250 MW de capacidade (a ligar à sub-estação de Alqueva)”, o que a transformaria numa “das maiores centrais fotovoltaicas do país”.

O investimento deve ser da ordem dos 175 milhões de euros e José Guilherme tem dois sócios no processo, respectivamente Luís Duque, antigo presidente da Sporting SAD e ex-presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e o empresário Sérgio Sobral de Sousa.

A mega-central solar está a ser promovida pela empresa SunArrochais, criada no ano passado, e que é detida em 72,5% por José Guilherme e familiares – José Guilherme detém 7,5%, o filho, Paulo Guilherme, é dono de 10%, o neto Cristiano tem 30% e outros familiares detêm 25%. Luís Duque é dono de 20% da sociedade e Sérgio Sobral de Sousa de 7,5%.

Sobral de Sousa, empresário na área imobiliária, tornou-se conhecido por ter estado envolvido numa investigação judicial em torno do antigo deputado do PSD António Preto que chegou a ser acusado de fraude fiscal e falsificação de documentos, sendo absolvido em 2016. Em causa esteve a alegada recolha de dinheiro em envelopes e malas para a campanha de Preto para as eleições distritais do PSD em Lisboa, em 2002. O pai de Sobral de Sousa acabou por ser condenado no processo a 3 anos de prisão com pena suspensa por fraude fiscal.

José Guilherme e o filho foram alvos de buscas da Polícia Judiciária no início do ano, no âmbito de uma investigação que envolve também o ex-presidente da Caixa Económica Montepio Geral, Tomás Correia. Em causa estão suspeitas de burla, branqueamento de capitais e fraude fiscal no âmbito de um empréstimo do Montepio a Paulo Guilherme para a aquisição de unidades de um fundo do Banco através do Finibanco Angola.

Foi em Angola que José Guilherme acumulou parte da sua fortuna no sector da construção civil, depois de ter feito investimentos na Grande Lisboa. Aliás, a “prenda” a Salgado terá sido um agradecimento pelo facto de o ex-presidente do BES o ter ajudado a entrar em Angola, como alegou.

José Guilherme e as suas empresas estavam, em 2013, entre os maiores devedores do BES, com dívidas de 223 milhões de euros. O empresário afirmou, em 2015, no Parlamento, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BES, que devia 121 milhões de euros ao Novo Banco.

A SunArrochais já deu entrada com um processo de avaliação de impacto ambiental para a mega-central solar na Agência Portuguesa do Ambiente. A sociedade tem um capital social de apenas 20 mil euros, pelo que o projecto deverá precisar da entrada de outros sócios e, muito provavelmente, de financiamento bancário.

ZAP //

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5 Comments

  1. “MADRUGADA SUJA” De Miguel Sousa Tavares, explica muito bem, de uma forma “cientifica”, como se processam estas negociatas, que nos passam ao lado, mas somos chamados apagar!

    • Está a falar do comentador de tasca que referia que o Ricardo Salgado era o melhor gestor financeiro do mundo? É desse?!!

  2. O indivíduo oferece como prenda ao Salgado proprietário do BES, 14 milhões de euros como agradecimento, para depois sacar do Banco centenas de milhões e não os pagar, amigos destes não se devem perder e gestores desta qualidade também não!

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