É o fim da curta era Scholz, mas o triunfo “magro” da CDU de Friedrich Merz exigirá uma coligação para governar. Extrema-direita vem logo atrás, à frente de Scholz, mas não vai estar no governo do novo chanceler.
Os conservadores da CDU venceram as eleições legislativas na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde.
A CDU/CSU elegeu no domingo 208 deputados (28,6% dos votos), a AfD duplicou a votação – terá 152 deputados, 20,8%.
O SPD, do atual chanceler Olaf Scholz, perdeu 86 deputados ao eleger apenas 120, correspondentes a 16,4% dos votos, o pior resultado de sempre do partido.
Os dois parceiros do SPD na coligação governamental também perderam lugares: os Verdes elegeram 85 (menos 33), com 11,6% dos votos, enquanto os liberais do FDP ficaram de fora com 4,3%, abaixo dos 5% necessários para conseguir eleger um deputado – o líder Christian Lindner já anunciou que deixa a vida política.
O quinto maior grupo parlamentar será do partido A Esquerda, que obteve 7,9% dos votos, o que lhe permitiu eleger 64 deputados, mais 25 do que os que tem atualmente.
O último deputado foi atribuído ao partido regional do estado de Schleswig-Holstein SSW.
Votaram quase 50 milhões dos 60,4 milhões de eleitores, o que significa uma taxa de participação de 82,5%.
Governo rápido
Friedrich Merz, do partido conservador democrata-cristão, abraçou a vitória: “ganhámos”, disse, apontando de seguida à rápida formação de uma coligação governamental.
“O mundo lá fora está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações”, explicou. Mais tarde, voltou a rejeitar qualquer cooperação com a AfD de Alice Weidel, que pouco antes se oferecera para integrar um futuro governo.
Os resultados deverão forçar a CDU a negociar um Governo de coligação com os socialistas do SPD, do chanceler cessante Olaf Scholz, que classificou os resultados do seu partido como “uma derrota histórica”, depois de o partido parecer estar a caminho do terceiro lugar. Scholz já garantiu que “entra no avião” se Merz for o “piloto”. Se o novo chanceler o levaria? “Depende da viagem”, respondeu o vencedor das eleições deste domingo.
Contando os assentos parlamentares, a vencedora CDU e o SPD teriam maioria absoluta numa eventual coligação.
Scholz tornou-se o chanceler mais breve desde a reunificação do país em 1990, tendo ficado menos de quatro anos no cargo. O resultado do seu partido foi o pior em 100 anos.
A líder da extrema-direita alemã, Alice Weidel, saudou o “resultado histórico” da AfD. “Nunca fomos tão fortes a nível nacional”, disse na sede do partido em Berlim, depois de a AfD, segundo as primeiras sondagens, ter conseguido o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido anti-migrante e pró-russo fundado em 2013.
Os Verdes, parceiros de Scholz na atual coligação, caíram ligeiramente, mas estão dispostos a continuar a assumir responsabilidades no governo caso Merz assim queira.
ZAP // Lusa
Agora já não existe direita, é sempre extrema-direita.
É a narrativa que a esquerda e a EXTREMA-esquerda passa para a população.
E assim caminha a humanidade. 🙁
O AfD não é de extrema direita, é um partido nacionalista capaz de funcionar num quadro democrático. Tentar excluí-lo do processo democrático é garantir o seu crescimento e a obtenção de votos suficientes, dentro de quatro anos para formar governo sózinho.