É o fim da curta era Scholz, mas o triunfo “magro” da CDU de Friedrich Merz exigirá uma coligação para governar. Extrema-direita vem logo atrás, à frente de Scholz, mas não vai estar no governo do novo chanceler.
Os conservadores da CDU venceram as legislativas na Alemanha, seguidos da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha, AfD, que obteve uma votação recorde, segundo as primeiras projeções das televisões alemãs.
Segundo as projeções, a CDU obteve 29%, a AfD 19,5%, os sociais-democratas do SPD 16%. Os Verdes (13%), parceiros de Scholz na atual coligação, caíram ligeiramente, seguidos do partido de esquerda Die Linke (8,5%), que assim também duplica o resultado face às eleições de 2021.
Friedrich Merz, do partido conservador democrata-cristão, abraçou a vitória: “ganhámos”, disse, apontando de seguida à rápida formação de uma coligação governamental.
“O mundo lá fora não está à espera da Alemanha e não está à espera de longas conversações de coligação em negociações”, explicou. Mais tarde, voltou a rejeitar qualquer cooperação com a AfD de Alice Weidel, que pouco antes se oferecera para integrar um futuro governo.
Os resultados deverão forçar a CDU a negociar um Governo de coligação com os socialistas do SPD, do chanceler cessante Olaf Scholz, que classificou os resultados do seu partido como “uma derrota histórica”, depois de o partido parecer estar a caminho do terceiro lugar. Scholz já garantiu que “entra no avião” se Merz for o “piloto”. Se o novo chanceler o levaria? “Depende da viagem”, respondeu o vencedor das eleições deste domingo.
Contando os assentos parlamentares, a vencedora CDU e o SPD teriam maioria absoluta numa eventual coligação.
Scholz tornou-se o chanceler mais breve desde a reunificação do país em 1990, tendo ficado menos de quatro anos no cargo. O resultado do seu partido foi o pior do século.
A líder da extrema-direita alemã, Alice Weidel, saudou o “resultado histórico” da AfD. “Nunca fomos tão fortes a nível nacional”, disse na sede do partido em Berlim, depois de a AfD, segundo as primeiras sondagens, ter conseguido o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido anti-migrante e pró-russo fundado em 2013.
Os Verdes, parceiros de Scholz na atual coligação, caíram ligeiramente, mas estão dispostos a continuar a assumir responsabilidades no governo caso Merz assim queira.
ZAP // Lusa