Na semana passada, o ministro do Ambiente anunciou que iria reunir com o Conselho Nacional de Caça no início de janeiro. No entanto, este órgão não existe há cerca de duas décadas.
O Público cita uma nota de imprensa, divulgada a 22 de dezembro, que dizia que João Pedro Matos Fernandes iria “convocar o Conselho Nacional da Caça para, no início do ano, realizar uma reflexão sobre a prática de montarias em Portugal”, na sequência da matança de veados e javalis na herdade da Torre Bela, no concelho da Azambuja.
No entanto, o diário avança esta quinta-feira que o órgão, criado no início dos anos 90 para aconselhar a tutela, e no qual chegaram a estar representadas quatro dezenas de organizações, deixou de funcionar há cerca de duas décadas.
Várias organizações ligadas ao setor não tinham recebido qualquer convocatória até esta quarta-feira. A Fencaça – Federação Portuguesa de Caça mostra-se contra a reativação de um órgão que, no seu entender, não serve para nada.
“Há 20 anos que o conselho não existe. E se for reativado não iremos participar nele“, disse o líder da Fencaça, Jacinto Amaro, realçando que a principal objeção dos caçadores relaciona-se com o elevado número de entidades ali representadas.
Ao contrário de Matos Fernandes, os caçadores consideram que não são necessárias alterações à lei da caça destinadas a aumentar o controlo da atividade. Os ambientalistas, pelo contrário, apresentam várias reivindicações, da proibição da caça à rola brava até à interdição do abate de aves migratórias a partir de janeiro.
Ainda assim, todos concordam que o reduzido quadro de pessoal do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) impossibilita uma fiscalização efetiva.
Esta quarta-feira Matos Fernandes revelou que vai avançar com um inventário sobre as espécies de grande e pequeno porte. O levantamento está a ser feito para o javali e para a rola, “mas queremos fazê-lo para os gamos e para os veados”.
O que vemos em alguns dos Ministérios são gaffes atrás de gaffes incompreensíveis e injustificáveis.