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Conselho Europeu termina sem acordo sobre Orçamento

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Olivier Hoslet / EPA

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel

O Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas consagrado ao orçamento plurianual da União para 2021-2027 terminou, esta sexta-feira, sem acordo.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, lamentou este desfecho e sublinhou que os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) “precisam de mais tempo”.

“Nas últimas semanas e nos últimos dias, tivemos de trabalhar muito para tentar chegar a um acordo, mas infelizmente hoje observámos que não era possível”, declarou o responsável belga, falando numa conferência de imprensa após o fim da cimeira.

“Precisamos de mais tempo”, reconheceu Michel, falando numa “negociação difícil” e no âmbito da qual é “preciso trabalhar para responder às diferentes preocupações e exigências” dos Estados-membros.

Iniciada na quinta-feira à tarde, a cimeira foi interrompida ao início da noite, sucedendo-se desde então múltiplas reuniões bilaterais, madrugada dentro e ao longo do dia de hoje. Ao fim de praticamente 24 horas, os chefes de Estado e de Governo voltaram a juntar-se na mesma sala para apreciar uma proposta revista apresentada pelo presidente.

“Perguntam o que aconteceu. Então, isto é democracia. Temos 27 Estados-membros, com 27 diferentes interesses, mas todos estamos a trabalhar num objetivo comum que é a UE e o orçamento europeu para os próximos anos”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, depois do fim da cimeira.

Segundo a responsável alemã, “é uma boa tradição em democracia debater as diferentes visões, as diferentes ênfases e necessidades apontadas pelos diferentes Estados-membros, no que toca às políticas de coesão, agricultura ou relativamente às novas prioridades. (…) Temos de trabalhar arduamente para prosseguir”.

À saída da reunião comunitária, o primeiro-ministro português, António Costa, afirmou que “a rejeição desta proposta não pode ser surpresa, porque não se constroem consensos de posições minoritárias“.

Comentando que a base negocial com que se partiu para estas negociações era “má”, Costa afirmou que o método para conduzir também não terá sido o melhor, pois tentou-se ir “ao encontro da posição de uma minoria” de quatro Estados-membros (os ‘frugais’, contribuintes líquidos), quando, insistiu, “os consensos constroem-se a partir das posições maioritárias, e não minoritárias”.

ZAP // Lusa

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