Condenado por incinerar mulher para esconder que era gay

BBC

Jasvir Ram Ginday

Jasvir Ram Ginday

Um bancário foi condenado à prisão perpétua na Grã-Bretanha por ter assassinado a mulher numa tentativa de impedi-la de revelar a sua homossexualidade.

Jasvir Ram Ginday, 30 anos, atacou Varkha Rani, 24, em casa com o tubo de metal de um aspirador de pó, estrangulou-a e, em seguida, queimou o corpo num incinerador de jardim, de acordo com o processo judicial que tramitou no tribunal de Wolverhampton Crown, na região de Birmingham.

O juiz John Warner disse ao tribunal que Ginday sofria por “ser um homem gay num mundo hetero”. O bancário deverá cumprir pelo menos 21 anos de prisão.

Tradição hindu

Ginday teve um casamento arranjado com a esposa nascida na Índia, numa cerimónia com 700 convidados no ano passado. No entanto, já em 2008 o rapaz tinha dito a um amigo que se sentia atraído por homens, de acordo com a procuradora Deborah Gould.

A polícia de West Midlands disse que Ginday frequentava bares gay e teve relacionamentos com homens durante todo o seu noivado com Varkha.

Em agosto, seis meses após o casamento, Varkha desembarcou no Reino Unido para viver com o marido, um especialista em TI que se preparava para assumir um trabalho no distrito financeiro de Londres.

Contudo, em 12 de setembro, Ginday teve uma discussão com a esposa. Durante o julgamento, alegou que Varkha ameaçou “expô-lo” como homossexual para a família e os amigos. A jovem teria tomado a decisão após ter aparentemente descoberto material “comprometedor” no iPad e iPhone do marido.

Ginday disse ao júri que a sua mulher estava agitada quando chegou ao quarto e que ele estava “a tentar acalmá-la”.

O casal acabou no chão, momento no qual ele alega ter agarrado o tubo de metal de um aspirador de pó que estava por perto e, “no calor do momento”, atingido o pescoço da mulher.

Incinerador

Ginday disse que “entrou em pânico”, arrastou a noiva para um incinerador e colocou-a dentro do equipamento com uma barra de metal.

Após o assassinato, segundo a polícia, Ginday disse aos seus parentes que Varkha o tinha deixado. Ele foi à esquadra com um tio para comunicar o desaparecimento.

Investigadores na área foram avisados de que tinha sido visto fumo na residência.

No jardim da casa que Ginday dividia com seus pais, agentes encontraram o incenerador e, quando levantaram a tampa, encontraram um crânio humano.

Apesar de ter admitido o homicídio e prejudicado o trabalho da Justiça, o banqueiro negou ter planeado matar sua esposa.

Na sentença, o juiz John Warner afirmou que “matá-la já foi algo terrível o bastante, mas o que se seguiu foi horrível, quase além da imaginação”, acrescentando no veredito que o arguido “comportou-se de uma forma inacreditavelmente insensível, com uma completa falta de qualquer humanidade”.

ZAP / BBC

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