O concurso nacional que o Governo abriu tem 1636 vagas para médicos recém-formados, mas apenas 1220 clínicos terminaram recentemente a especialização. Os sindicatos acusam o Governo de usar a medida para fazer propaganda.
O concurso que foi aberto a nível nacional para a contratação de recém-especialistas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) arrisca-se a ficar com vagas por preencher. Esta lacuna deve-se ao facto de haver mais lugares abertos do que médicos que concluíram a especialização há pouco.
A medida foi anunciada pela Ministra da Saúde como parte do plano de resposta à falta de profissionais e ao recente fecho das urgências, especialmente de obstetrícia ou ginecologia. Segundo os dados da Ordem dos Médicos referidos pelo JN, o concurso abriu 1636 vagas, mas apenas 1220 profissionais são recém-especialistas.
Já desde 2018 que o Governo tem aberto mais vagas do que há candidatos, com o objetivo de tentar atrair médicos que trabalham no setor privado. Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, descreve a estratégia como “ultrapassada” e lembra que a responsabilidade de abrir vagas para a formação de especialistas é do Ministério e não da Ordem.
Já Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, considera que este concurso é “propaganda” do Governo porque os médicos em questão já trabalham no SNS como internos, não sendo assim verdadeiras novas contratações.
Noel Carrinho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), também atira farpas a Marta Temido por causa do plano para a contratação de médicos estrangeiros, acusando a Ministra de preferir “contratar no estrangeiro do que em apostar nos médicos formados cá e com qualidade”.
Os sindicatos dos médicos vão voltar a reunir-se esta tarde com a secretária de Estado da Saúde para discutirem a remuneração do trabalho feito nas urgências, isto depois da primeira proposta do Governo ter sido rejeitada pela FNAM e SIM.
Tem que abrir mais vagas para o ensino superior para se formarem mais médicos.
O que na realidade os médicos querem é estarem no meio de um leilão entre hospitais públicos e privados e depois escolher quem dá mais.
Não haver médicos suficientes encaixa na perfeição.