Como falar com uma criança sobre sexo e morte

Falar com uma criança sobre assuntos sérios não é assim tão difícil e até pode ser divertido. Robyn Silverman, autora do livro “Como Falar com Crianças sobre Qualquer Coisa”, explica como.

Robyn Silverman, especialista em desenvolvimento infantil e autora do livro “Como Falar com Crianças sobre Qualquer Coisa”, ajuda-nos a responder a perguntas “difíceis” ou “inesperadas” com as quais as crianças nos gostam de supreender.

Como explica num artigo publicado na semana passada na Psychology Today, a abordagem de Silverman origina-se de experiências pessoais e perguntas dos pais.

No livro, a autora identifica o sexo e a morte como os tópicos mais desafiadores para os pais, principalmente devido à sua perceção de inadequação para as crianças.

A abordagem de Robyn Silverman para falar com as crianças sobre sexo e morte baseia-se em conversas honestas e apropriadas à idade que evoluem ao longo do tempo, utilizando situações do quotidiano como oportunidades de aprendizagem e garantindo que os pais sejam a principal fonte de informação dos filhos.

Estratégias incluem, por exemplo, analisar notícias e partilhar histórias, sem vergonhas e preconceitos.

Silverman enfatiza que as conversas sobre esses tópicos não devem ser discussões únicas e avassaladoras, mas sim uma série de diálogos que evoluem à medida que as crianças crescem.

Para manter o diálogo, Silverman sugere o uso de “momentos de ensino”. Por exemplo, explicar a morte a uma criança pequena pode envolver uma planta ou um inseto morto, construindo gradualmente o seu entendimento da morte.

“Este inseto não está a dormir. Está morto. Não pode comer, dormir ou fazer outras atividades de inseto porque está morto. Não sente dor. Vemos o corpo do inseto, mas ele já não está vivo”, exemplificou a especialista, aconselhando a nunca usar palavras ambíguas nem confundir as crianças dizendo que está “a dormir”.

Da mesma forma, as discussões sobre sexo devem começar com conceitos básicos como nomes de partes do corpo e a noção de consentimento, avançando para tópicos mais complexos à medida que as crianças envelhecem.

Silverman também incentiva os pais a tomarem a iniciativa de iniciarem as conversas, especialmente quando as crianças não se mostram proativas em fazer perguntas.

De acordo com o artigo publicado na Psychology Today, as crianças que se conectam com os pais sobre estes temas difíceis são menos ansiosas e menos propensas a envolverem-se em comportamentos de risco.

ZAP //

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