À décima tentativa, a Comissão Europeia (CE) acertou a dimensão da contração económica de Portugal no segundo trimestre em cadeia.
A estimativa, revelada pelos técnicos da Comissão Europeia, tinha subjacente uma contração anual de 9,8% – acima dos 6,9% estimados pelo Governo português –, o que poderá confirmar-se caso a CE continue a acertar nas previsões trimestrais.
Segundo o ECO, este número poderá ainda ser alvo de revisão quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelar mais pormenores sobre o comportamento da economia do segundo trimestre. No entanto, segundo a estimativa revelada esta segunda-feira, a contração em cadeia do PIB foi de 14,1%, exatamente o mesmo valor avançado pela Comissão Europeia nas previsões de verão.
Se os técnicos de Bruxelas continuarem a acertar nas previsões, a economia portuguesa poderá estar mais perto de contrair 9,8% em 2020 face a 2019, como prevê a Comissão Europeia, do que os 6,9% estimados pelo Governo no Orçamento Suplementar.
O diário económico salvaguarda que, para que a contração no total do ano seja de 9,8%, a economia portuguesa tem de crescer em cadeia 6,8% no terceiro trimestre e 2,9% no quarto trimestre.
Apesar de Bruxelas não ter revelado as previsões em termo homólogos para os próximos trimestres, é provável que os valores continuem a ser negativos.
Face à imprevisibilidade do momento atual, em muito motivado pela crise pandémica, é provável que a Comissão Europeia volte a rever as suas previsões no outono, altura em que terá mais informação sobre o andamento da economia portuguesa.
Há duas semanas, o Jornal de Negócios revelou que o Ministério das Finanças, tutelado por João Leão, já está a trabalhar com uma contração anual do PIB de 9%. No Parlamento, o novo ministro assumiu a dificuldade e a fragilidade do exercício de previsão macroeconómica neste contexto.
Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, admitiu a possibilidade de rever em baixa a previsão do PIB, em declarações à SIC Notícias. “Obviamente estes números vão obrigar a refletir sobre as previsões do Orçamento Suplementar.”