É mais conveniente ir de comboio? Em França já não pode ir de avião

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França proibiu três rotas de avião que tinham alternativas decentes de comboio, com viagens com uma duração de duas horas e meia ou menos.

A Comissão Europeia aprovou o plano de França de proibir voos de curta distância quando houver uma alternativa ferroviária decente. A decisão vai afetar apenas três rotas, escreve o POLITICO.

A medida faz parte da Lei do Clima francesa, que procura reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na atmosfera. França também está a adotar medidas para limitar o uso de jatos privados no país.

“Este é um grande passo na política de redução das emissões de gases com efeito de estufa. Estou orgulhoso de que França seja pioneira nesta área”, disse o ministro dos Transportes francês, Clément Beaune.

A Comissão Europeia aprovou a medida que abolirá os voos entre cidades ligadas por uma viagem de comboio de menos de duas horas e meia. A proibição só vigora nos casos em que houver alternativas ferroviárias genuínas disponíveis para a mesma rota.

As três rotas que vão ser terminadas são das viagens entre Paris-Orly e Bordéus, Nantes e Lyon.

Duas outras rotas propostas — de Paris Charles de Gaulle a Bordéus e Nantes — foram excluídas da medida porque o tempo de viagem ferroviária fica acima do limite de duas horas e meia.

A Comissão Europeia diz que França tem autorização para introduzir a medida, desde que seja “não discriminatória, não distorça a concorrência entre as transportadoras aéreas, não seja mais restritiva do que o necessário para aliviar o problema”.

Embora três rotas não pareça muito, quebram uma barreira importante para as leis climáticas, escreve a VICE. Limitar os voos de avião, especialmente quando existem alternativas viáveis e mais amigas do ambiente, é um passo importante para cortar emissões.

“A proibição francesa de voos de curta distância onde existem conexões rápidas de comboio é um pequeno passo, mas está na direção certa”, disse Thomas Gelin, ativista climático da Greenpeace na UE, citado pelo POLITICO.

A deputada ‘verde’ francesa Karima Delli descreveu a notícia como uma “vitória”, mas disse que a legislação deveria ter sido alargada para cobrir voos que poderiam ser substituídos por uma viagem de comboio de quatro horas.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. Não sei se o ministro de transporte francés não será acionista da empresa de comboios franceses, mas sei que a medida parece ridícula sobretudo numa altura em que se começa a implementar novos combustíveis para a mobilidade em geral incluída a aérea. Orgulhoso o Sr. Ministro, no entanto não pensou na falta de coordenação nos vôos internacionais que a título de exemplo obrigam a quem vem do ocidente ir até ao Dubai ou Turquia para depois regressarem a França ou Portugal gastando desnecessariamente tempo, combustível e consequentemente criando mais contaminação.

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