Combates violentos, “atrocidades” ocultadas: o relato de uma noite diferente em Gaza

Ao fim do dia, exército de Israel anunciou expansão da operação terrestre em Gaza. Organizador do ataque do Hamas no dia 7 terá morrido.

Foi um ataque sem precedentes, foram horas que podem ser decisivas na guerra entre Israel e Hamas.

Nesta sexta-feira o Exército israelita realizou intensos bombardeamentos no norte da Faixa de Gaza, particularmente na cidade de Gaza. Foram os bombardeamentos – por ar, mar e terra – mais violentos desde o início da guerra, revelou o Hamas.

O Exército israelita admitiu a intensificação dos seus ataques “de forma muito significativa” contra o grupo palestiniano.

Pouco depois, a Defesa de Israel anunciava a expansão da operação terrestre na Faixa de Gaza, ao longo da noite de sexta para sábado.

Já de noite, o Hamas assegurou que a “resistência está pronta” para esse ataque sem precedentes de Israel.

Numa “avalanche” de informações e comunicados, minutos depois o mesmo grupo indicou que estavam a decorrer “combates violentos” na Faixa de Gaza, sobretudo em Beit Hanoun (norte) e em Boureij (centro) – que terão sido os dois focos da ofensiva terrestre de Israel.

Entretanto, a Faixa de Gaza ficou sem internet, sem comunicações.

A empresa palestina de telecomunicações Paltel confirmou o “corte completo” dos serviços de comunicações, telemóvel e internet na Faixa de Gaza, devido aos intensos bombardeamentos ao enclave.

Essa ausência de comunicações serve para Israel “obscurecer” os seus ataques, descreveu o primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Shtayé.

Enquanto o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos também estava preocupado com os jornalistas que estão na Faixa de Faza, a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional iam mais longe nos seus alertas: a Human Rights Watch sugeriu que “este apagão de informação pode servir para ocultar atrocidades em massa“.

Já ao início da manhã deste sábado, o exército de Israel anunciou que um ataque com caças matou o chefe do comando aéreo do Hamas, Ezzam Abu Raffa – que terá participado no planeamento do ataque do dia 7 de Outubro.

Minutos depois, novo anúncio: aviões israelitas atacaram a infraestrutura militar do grupo xiita libanês Hezbollah, no Líbano – na véspera o Hezbollah lançou foguetes contra território israelita, que acabaram por atingir a vizinha Síria.