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Com França encostada à parede, Macron pressiona UE para mudar regras

Stephanie Lecocq/EPA

Emmanuel Macron

O défice público de França chegou a quase 6%, o dobro da meta definida pela União Europeia que é de 3%. Enquanto o seu país arrisca sanções, o Presidente Emmanuel Macron defende novas regras, para poder gastar mais e acabar com regulamentações que define como “maluquices”.

“Este quadro financeiro e monetário no qual vivemos, está caduco“, analisa Macron em entrevista ao jornal Financial Times, onde defende que os países da Zona Euro devem poder gastar mais.

O Pacto de Estabilidade e de Crescimento dos países da Zona Euro, que usam o euro como moeda única, impõe um défice público até 3%, excepto em circunstâncias muito excepcionais.

Portugal já foi alvo de procedimentos por défice excessivo por ter ultrapassado aquela meta, sendo forçado a tomar medidas duras para travar os gastos públicos.

Agora, é França que está a ser alvo de um procedimento por défice excessivo, incorrendo em sanções da União Europeia (UE) se não baixar o défice.

Em 2023, o défice público francês foi de 5,5%, e em 2024, chegou quase aos 6%.

As previsões do Governo de Macron são de baixar o défice para os 5,4% neste ano, antecipando chegar à meta dos 3% em 2029.

O Tribunal de Contas já alertou que “é crucial respeitar esta trajectória, caso contrário a França perderá o contacto com os seus parceiros europeus”.

“O declínio do défice público nos últimos dois anos colocou a França contra a parede“, analisou ainda este Tribunal, conforme cita o jornal Le Figaro.

“Qualquer novo atraso tornaria os ajustamentos essenciais ainda mais significativos e difíceis”, alertou também a mesma entidade numa altura em que a situação económica em França, está “a ficar catastrófica“.

Macron quer rever regulamentações que são “maluquices”

Mas para Macron o problema é das regras da Zona Euro que estão “caducas”, conforme sublinha no Financial Times.

O Presidente francês entende que este “é o momento de aceleração e de execução” da economia Europa.

“Não há mais escolha” porque “é a última paragem”, “depois disso, é a saída da autoestrada”, diz.

Assim, Macron apela a soluções de financiamento “inovadoras”, sugerindo novos empréstimos conjuntos, como ocorreu durante a pandemia da covid-19, para investir na defesa, na Inteligência Artificial e na transição energética. Mas a Alemanha não é fã destas ideias.

Na entrevista ao Financial Times, Macron também defende a revisão de algumas das regulamentações da UE que diz serem “maluquices”, considerando-as demasiado caras e irrealistas.

Um exemplo que cita são as multas previstas contra os fabricantes de automóveis que não respeitarem as quotas de venda de carros eléctricos.

ZAP //

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