O colesterol “bom” pode não ser assim tão bom quanto isso

Um novo estudo descobriu que, afinal, elevados níveis de colesterol “bom” podem não reduzir as probabilidade de um ataque cardíaco.

O colesterol não é todo igual: o HDL (lipoproteína de alta densidade) é o chamado colesterol “bom”, uma vez que ajuda a limpar o colesterol em excesso; e o LDL (lipoproteína de baixa densidade) é o chamado colesterol “mau”, já que se acumula nas artérias e forma placas, dificultando a circulação do sangue.

Nos anos 70 foi identificada uma ligação entre o aumentos dos níveis de HDL e a diminuição do risco de ataque cardíaco. Esta descoberta levou médicos a sugerirem que níveis mais altos de HDL podem proteger contra ataques cardíacos.

Desde então, outros estudos obtiveram resultados ambíguos. Em indivíduos europeus brancos, os baixos níveis de HDL foram associados a um aumento do risco de doenças cardíacas. No entanto, noutras etnias, essa associação tendia a não se verificar.

Num novo estudo, investigadores do Instituto Cardiovascular Knight, da Oregon Health & Science University, analisaram 23.901 perfis médicos e compararam os fatores de risco de eventos cardiovasculares ocorridos em pacientes negros e brancos de meia-idade.

Os participantes do estudo tinham níveis de colesterol semelhantes e fatores de risco subjacentes para doenças cardíacas, incluindo diabetes, tensão alta e tabagismo, detalha o New York Post. No período de uma década, 664 voluntários negros e 951 voluntários brancos tiveram um ataque cardíaca ou incidente cardiovascular em geral.

Os resultados sugerem que, afinal, o chamado colesterol “bom” pode não ser assim tão bom quanto isso. O estudo foi recentemente publicado no Journal of the American College of Cardiology.

Baixos níveis de colesterol HDL aumentavam o risco de doença cardiovascular em pacientes brancos, mas o mesmo não se verificava em pacientes negros, de acordo com o estudo.

“O colesterol HDL tem sido um fator de risco enigmático para doenças cardiovasculares”, disse Sean Coady, que não participou neste novo estudo.

“As descobertas sugerem que é necessário um mergulho mais profundo na epidemiologia do metabolismo lipídico, especialmente em termos de como a raça pode modificar ou mediar essas relações”, acrescentou, citado pela New Atlas.

Além disso, os autores do novo estudo descobriram que, paralelamente, altos níveis de colesterol “bom” nem sempre estão associados a uma menor probabilidade de incidentes cardiovasculares — independentemente da raça.

Daniel Costa, ZAP //

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