Denis Furtado é procurado pelas autoridades brasileiras, por causa de uma operação clandestina que resultou na morte de uma paciente, no Rio de Janeiro.
O cirurgião plástico Denis Furtado é procurado pelas autoridades brasileiras desde terça-feira, depois de uma operação clandestina ter resultado na morte de uma paciente. Segundo o Expresso, investigadores afirmam que o médico estava a realizar uma cirurgia a Lilian Calixto na sua casa, no Rio de Janeiro, quando esta adoeceu durante a intervenção.
O famoso cirurgião brasileiro terá levado a paciente para o hospital, onde esta acabaria por falecer apenas algumas horas mais tarde, após quatro paragens cardíacas. Denis Furtado desapareceu em seguida e a sua namorada acabou detida por suspeitas e participação no procedimento que resultou na morte da bancária, de 46 anos.
A Justiça do Rio de Janeiro decretou prisão preventiva para o médico cirurgião, indiciado pelos crimes de homicídio e associação criminosa.
No entanto, esta terça-feira, segundo a UOL Notícias, a defesa do cirurgião afirmou ser “precoce” responsabilizá-lo pela morte de Lilian Calixto. “Ninguém é considerado culpado antes da sentença penal condenatória. Infelizmente, existem fatalidades que transcendem o entendimento humano”, disse a advogada de defesa em comunicado.
O Público avança ainda que também a mãe do médico, de 66 anos, está foragida, assim como uma técnica de enfermagem de 24 anos. Denis Furtado foi visto por agentes policiais num centro comercial brasileiro, mas conseguiu escapar.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) informou que o médico não tem título de especialista na área e referiu ainda que é proibida a realização de procedimentos na residência do próprio, denunciando uma “invasão de não-especialistas que têm causado cada vez mais casos fatais como este”.
O Brasil é o segundo país do mundo onde são praticadas mais cirurgias estéticas, depois dos Estados Unidos e esta não é a primeira vez que o conhecido “Doutor Bumbum” é investigado. No ano passado, foi aberto um inquérito para averiguar em que circunstâncias é que Denis Furtado praticava as operações. Na altura, foram apreendidos medicamentos e três armas de fogo na sua residência.
À France-Presse, Niveo Steffen, presidente da SBPC, disse que este caso mostra uma certa “banalização das cirurgias estéticas realizadas por não especialistas, que às vezes nem são médicos e colocam a população em risco“.