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Técnica revolucionária cura a cegueira congénita com células estaminais

Dr. Rakesh Ahuja / Wikipedia

Um olho humano com cataratas

Um olho humano com cataratas

Uma equipa internacional de cientistas, liderada por investigadores da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos, desenvolveu uma nova técnica regenerativa para tratar a catarata congénita em bebés.

O inovador tratamento permite que células estaminais se desenvolvam de modo a que se tornem lentes funcionais em olhos de bebés afectados com catarata congénita.

O tratamento foi testado em animais e num pequeno grupo humano, de 12 crianças, com resultados animadores. Além de ter registado muito menos complicações do que com o tratamento cirúrgico tradicional, as lentes regeneradas mostraram clara superioridade visual.

Os resultados do estudo foram publicados esta quarta-feira na revista Nature.

A catarata congénita – que ocorre quando o bebé já nasce com o cristalino opaco ou quando isso acontece logo após o nascimento – é uma causa importante de cegueira na infância.

O cristalino é constituído por uma cápsula externa elástica composta por células com um alto conteúdo aquoso, cuja disposição garante a sua transparência, condição indispensável para a visão.

As lentes opacas impedem a passagem da luz para a retina, e a informação visual não é enviada ao cérebro.

Os tratamentos actuais dependem da idade do paciente e não garantem uma visão perfeita. A maioria dos pacientes pediátricos precisa de óculos depois da cirurgia.

“O objectivo final da investigação com células tronco é procurar o potencial regenerativo das células do próprio paciente”, o professor Kang Zhang, investigador da Universidade de San Diego, na Califórnia, e um dos autores do estudo, citado pela EurekAlert.

O estudo humano envolveu 12 crianças com menos de dois anos de idade, que receberam o novo tratamento, e outras 25 crianças da mesma idade, que passaram pelo tratamento tradicional.

O segundo grupo teve maior incidência de inflamação pós-cirúrgica, hipertensão ocular e lentes mais opacas.

Já o primeiro grupo apresentou menos complicações e uma melhora mais rápida. Três meses após o tratamento, todos tinham já lentes claras, que proporcionavam boa visão.

Zhang e os colegas esperam agora expandir o trabalho, e tentar o mesmo tratamento em pacientes idosos.

“Acreditamos que a nossa nova técnica vai resultar numa mudança na cirurgia para catarata e pode oferecer uma opção mais segura e melhor para os pacientes no futuro”, diz o cientista.

ZAP / HypeScience

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