Arqueólogos descobriram um círculo de poços profundos perto de Stonehenge.
A mais recente descoberta arqueológica promete contribuir para um novo capítulo da história do famoso monumento pré-histórico. Esta segunda-feira, dia 22 de junho, uma equipa de arqueólogos anunciou ter descoberto um círculo de poços profundos perto de Stonehenge.
De acordo com os cientistas, citados pelo The Guardian, os povos neolíticos que construíram Stonehenge, uma verdadeira obra-prima da engenharia, também cavaram uma série de covas alinhadas para formar um círculo com dois quilómetros de diâmetro.
A estrutura, construída há quatro mil e quinhentos anos, delimita um percurso que levava as pessoas a uma área sagrada, uma vez que as antigas Muralhas de Durrington, um dos maiores monumentos pré-históricos da Grã-Bretanha, estão localizadas precisamente no centro.
“Esta é uma descoberta sem precedentes, de grande importância no Reino Unido. Os investigadores de Stonehenge e da sua paisagem foram surpreendidos pela escala da estrutura e pelo facto de não ter sido descoberta até agora, apesar de estar tão perto de Stonehenge”, disse o arqueólogo Vincent Gaffney.
O jornal britânico destaca ainda que a descoberta “é ainda mais extraordinária porque confere as primeiras evidências de que os primeiros habitantes da Grã-Bretanha, principalmente comunidades agrícolas, desenvolveram uma forma de contar“.
Construir uma estrutura deste tamanho, com um posicionamento tão cuidadoso, só pode ter sido feito com recurso a centenas de passos: cada um dos poços tem mais de 5 metros de profundidade e 10 metros de diâmetro. Segundo os arqueólogos, foram encontrados aproximadamente 20 poços, mas pode haver mais de 30.
“O tamanho das covas e circuitos ao redor das Durrington Walls é único. Isso demonstra o significado daquele local, a complexidade das estruturas monumentais na paisagem de Stonehenge e a capacidade e o desejo das comunidades neolíticas de registar os seus sistemas de crenças cosmológicas e numa escala que não conhecíamos”, explica o especialista.
“Stonehenge tem uma ligação clara com as estações e a passagem do tempo, através do solstício de verão. Mas, com os poços de Durrington, não é a passagem do tempo, mas a delimitação de um círculo com significado cosmológico”, acrescentou em declarações ao diário britânico.
A investigação, levada a cabo por especialistas de várias universidades inglesas, foi desenvolvida com recurso a tecnologia de sensorização. “Estamos a começar a ver coisas que nunca poderíamos ver através da arqueologia tradicional, coisas que não poderíamos imaginar.”
Esta descoberta “sem precedentes” surpreendeu quem conhece bem o local, do ponto de vista arqueológico. O anúncio surge dois dias após o Solstício de Verão que atrai muita gente à região. Este ano, devido à pandemia de covid-19, foi transmitido pela Internet.
Se pensar no abandono a que se votou Almendres, fico com uma noção da distância estelar a que estamos dos ingleses no que respeita à investigação científica, assim como ao investimento e preservação da cultura!