Investigadores desenterraram 17,5 toneladas de cinzas humanas numa vala comum perto do antigo campo de concentração nazi de Soldau, no norte da Polónia. Os restos mortais terão pertencido a prisioneiros polacos judeus na II Guerra Mundial, estimando-se que o túmulo contenha cerca de 8000 vítimas.
A estimativa se baseia no peso dos restos mortais, com 2 quilogramas a corresponder a um corpo. As vítimas enterradas na vala comum “foram provavelmente assassinadas por volta de 1939 e pertenciam principalmente às elites polacas”, disse Tomasz Jankowski, do Instituto Nacional de Memória da Polónia.
A vala comum foi encontrada na floresta de Bialuty, a 160 quilómetros a norte de Varsóvia, avançou a abc. Em Soldau, campo destinado à prisão e extermínio de judeus, opositores políticos e membros da elite polaca, foram mortas aproximadamente 30 mil pessoas.
A partir de março de 1944, os corpos foram desenterrados e incinerados para esconder todos os vestígios dos seus assassinatos, referiu Karol Nawrocki, diretor do Instituto de Memória Nacional. Os nazis terão usado outros reclusos para fazer o trabalho de encobrimento, que também acabaram mortos.
Andrzej Ossowski, investigador de genética da Universidade Médica da Pomerânia, revelou à AFP que amostras das cinzas foram recolhidas e que serão, em breve, estudadas em laboratório.
“Podemos realizar análises de ADN, que nos permitirão descobrir mais sobre a identidade das vítimas”, acrescentou, depois de estudos semelhantes terem sido realizados em antigos campos de concentração como Sobibor e Treblinka.
Foram também encontrados centenas de vestígios de roupas, botões e outros bens pertencentes às vítimas. A ausência de objetos de valor sugere que os corpos foram roubados antes de serem incinerados. Outros dois poços ao redor de Soldau foram também encontrados, agora conhecido como Dzialdowo.
Cerca de seis milhões de polacos morreram durante a II Guerra Mundial, entre eles três milhões de judeus.