Um projeto sobre biodiversidade, que junta a empresa Redes Energéticas Nacionais (REN) e a Universidade do Porto, vai atuar na minimização de impactos ambientais, com ações como uma contagem de cegonhas bebés, com colaboração dos cidadãos.
Entre as áreas abrangidas pela Cátedra REN em Biodiversidade, ministrada na Universidade do Porto e financiada pela Fundação Ciência e Tecnologia (FCT), está a monitorização, minimização e compensação da atividade, a ecologia populacional e a promoção da cidadania na ciência.
Visando promover a participação de cidadãos em estudos científicos, está previsto para o início da primavera o desenvolvimento de um projeto-piloto de “contagem de crias de cegonhas para perceber a taxa de natalidade” da espécie, disse à agência Lusa Francisco Moreira, o investigador responsável pela cátedra na Universidade do Porto, cujo I Simpósio aconteceu esta quinta-feira, no Porto.
A instalação de postos de eletricidade, de alta e média tensão, por todo o país, tem consequências negativas nas espécies, principalmente nas aves, que chocam com as linhas elétricas, e nas plantas, já que exige a delimitação de uma faixa de segurança no terreno, por exemplo, mas também pode ter efeitos positivos.
Atualmente, “25% da população de cegonhas portuguesas constroem os seus ninhos em postes elétricos de alta e muito alta tensão”, destacou o investigador.
Francisco Parada, responsável pelo departamento de qualidade, ambiente e segurança da REN disse que o trabalho feito pela empresa sobre impactos ambientais já interessou as suas congéneres, muitas delas, como a francesa, a enfrentar problemas semelhantes.
A REN “promove estudos de impacto ambiental e monitorizações ambientais, principalmente da avifauna, associadas ao impacto da sua atividade e há elevada quantidade de informação recolhida ao longo dos anos que poderá ser sistematizado e aplicado” com autoridades, parceiros, universidades, organizações não-governamentais e comunidade, explicou.
Além do projeto-piloto para contagem de crias de cegonhas, está também prevista a criação de um manual de boas práticas, com “uma revisão do que se faz e uma tentativa de melhoria dos procedimentos normais no contexto do impacto ambiental, aproveitando a atualização da informação científica relacionada com a existência da cátedra”, explicou Francisco Moreira.
Realçando a importância da interação entre universidades e empresas para o desenvolvimento de investigação científica aplicada à resolução de problemas reais, no terreno, o cientista referiu que estão a ser realizados trabalhos relacionados com os dispositivos anti-colisão, para as aves.
// Lusa