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Estamos prontos? Cientistas simularam que um asteroide estava prestes a atingir a Terra

Cientistas simularam, esta semana, que um asteroide estaria prestes a atingir a Terra, para perceber qual o nosso nível de preparação caso uma coisa destas venha mesmo a acontecer.

De acordo com a revista Newsweek, este simulacro está a acontecer na Conferência de Defesa Planetária 2021 em Viena, na Áustria, que começou na segunda-feira e acaba esta sexta e onde estão a participar várias agências espaciais, como a NASA e a ESA.

O exercício está a ser conduzido pelo Centro de Estudos de Objetos Perto da Terra (CNEOS), da agência espacial norte-americana. Ao longo da semana, de forma diária, este centro esteve a partilhar novas informações com os participantes da conferência, à medida que “descobriam” mais coisas sobre o hipotético asteroide.

O início deste cenário começou com a descoberta do “asteroide”, supostamente a 19 de abril, que recebeu o nome fictício 2021 PDC. Utilizando sistemas de monitorização de impacto, os cientistas concordaram que o impacto ocorreria em seis meses, ou seja, em outubro. Estimou-se ainda que o 2021 PDC teria entre 35 e 700 metros de tamanho.

No dia seguinte da conferência, o cenário avançou para maio deste ano. Nesta altura, os cientistas calcularam que o asteroide atingiria de certeza o nosso planeta e cairia em algum lugar entre o continente europeu ou o norte de África.

Já no dia 3, a simulação avançou para junho de 2021. Com recurso a medições de telescópio, os participantes estimaram que o diâmetro do asteroide seria de 160 metros. A sua área de impacto também foi reduzida para uma grande área da Europa central.

No último dia, o tamanho do “asteroide” foi revisto para cerca de 105 metros de diâmetro. Neste cenário imaginário, os cientistas concluíram que cairia na República Checa, perto das fronteiras com a Alemanha e a Áustria, com uma energia de impacto, em média, de cerca de 40 Mt (ou 40 milhões de toneladas de TNT). Isto seria o equivalente a uma grande bomba nuclear, o suficiente para causar danos numa região de cerca de 150 quilómetros.

Os especialistas ainda começaram a pensar em formas de mitigar o problema como, por exemplo, lançar um dispositivo explosivo nuclear contra o 2021 PDC, mas chegaram à conclusão que o tempo para agir já era muito escasso.

“Cada vez que participamos num exercício desta natureza, aprendemos mais sobre quem são os atores chave num desastre como este, e quem necessita de saber que tipo de informação e quando”, disse, em comunicado, Lindley Johnson, oficial de defesa planetária da NASA.

“Estes exercícios ajudam a comunidade de defesa planetária a comunicar-se entre si e com os Governos para garantir que todos estaremos coordenados caso uma ameaça deste género seja identificada no futuro”, acrescentou.

Tal como recorda a publicação norte-americana, este tipo de exercícios também pretende dar impulso ao Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART), missão programada para o fim de 2021 ou início de 2022.

A ideia é enviar uma sonda espacial para o asteróide duplo Didymos, com o objetivo de atingir o mais pequeno, de 150 metros de diâmetro, de forma a desviá-lo do seu curso atual.

ZAP //

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