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Cientistas observam pela primeira vez como uma espécie se transforma noutra

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wikipedia.org / CC BY-SA 2.0

A evolução de uma nova espécie observou-se no pássaro conhecido como o tentilhão de Darwin nas ilhas Galápagos.

Pela primeira vez os cientistas foram capazes de observar em tempo real e num ambiente selvagem a evolução de uma espécie para outra completamente nova, reporta o portal Science Alert.

A sequenciação do genoma confirmou a nova espécie do tentilhão de Darwin, natural da pequena ilha Daphne Mayor, no arquipélago de Galápagos, no Equador, e que foi denominada “Big Bird“.

Durante as últimas quatro décadas, cientistas da Universidade de Princeton, nos EUA, e da Universidade de Upsala, na Suécia, realizaram a observação direta da origem desta nova espécie durante um trabalho de campo realizado na ilha. O estudo que detalha os resultados foi publicado na revista Science.

No estudo, percebe-se que duas de pelo menos 15 espécies do tentilhão de Darwin se uniram no processo da chamada hibridação de espécies para criar uma completamente nova, o que ocorreu há 36 anos, segundo a RT.

Em concreto tratou-se de um exemplar masculino da espécie Geospiza conirostris, um intruso em Daphne Mayor, que acasalou com duas fêmeas de uma das espécies nativas da ilha. E foi isto que deu começo a uma nova linhagem.

O estudo explica que a espécie estava completamente isolada, porque o seu canto fora do comum não atraía as fêmeas nativas e teve que se juntar dentro da própria espécie para sobreviver. Este feito só fortaleceu o desenvolvimento da nova espécie.

Durante as secas na ilha em 2002 e 2003, quando a nova linhagem estava na quarta geração, sobreviveram apenas dois exemplares que também se juntaram entre si e produziram 26 crias. Todos, exceto nove, sobreviveram para se reproduzir, produzindo uma linhagem terrivelmente endogamica”, segundo a investigadora Rosemary Grant.

Como os tentilhões híbridos eram maiores que os nativos, puderam aceder a novos alimentos e sobreviver. Ao visitar a ilha em 2012, os investigadores contaram 23 indivíduos e oito pares reprodutores da espécie.

“A novidade deste estudo é que pudemos seguir a aparição de novas espécies na natureza”, comentou Rosemary Grande, citada pela Phys.org. “Durante o nosso trabalho em Daphne Mayor conseguimos observar o acasalamento de duas aves de diferentes espécies e depois acompanhar o que sucedeu para ver como se produziu a especiação“.

Dessa forma, os especialistas destacam que a formação de uma nova espécie não demorou muito tempo e ocorreu em apenas duas gerações: a nova linhagem de Big Bird comportou-se como uma espécie diferente de tentilhões de Darwin após apenas duas gerações.

ZAP //

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