As riscas pretas e brancas das zebras continuam a ser um enigma para a comunidade científica, uma vez que o seu propósito evolutivo não é ainda totalmente claro. Um nova investigação disfarçou cavalos de zebras para tentar responder a este mistério que há anos intriga cientistas.
De acordo com o novo estudo, liderado por Tim Caro, cientista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, estas riscas proporcionam às zebras uma maior proteção contra as moscas e as suas picadas mordidas.
Tal como nota o Science Alert, esta não é uma ideia propriamente nova, mas a investigação traz novos novos detalhes ao descobrir que as moscas procuram mais frequentemente fixar-se nos cavalos, pois, ao que parece, as riscas confundem os insetos, fazendo com que estes diminuam a sua capacidade de controlar o voo.
Para chegar a esta conclusão, a equipa conduzida por Caro realizou um procedimento experimental fora do comum incomum: disfarçou cavalos com “capas” de cores diferentes: pretas, brancas ou às riscas pretas e brancas.
Mais tarde, os cientistas analisaram a atividade das moscas varejeiras (dípteros que se alimentam de sangue), tanto em cavalos disfarçados como nas zebras. Em estudo estiveram três zebras e nove cavalos no total.
Os cientistas perceberam que os insetos aproximavam-se das zebras e dos cavalos com a mesma frequência. No entanto, frisam os especialistas, as moscas que se aproximavam das zebras ou dos cavalos com “capas” às riscas “não eram capazes de desacelerar de forma controlada as suas trajetórias de voo”, fazendo-de de forma descontrolada. Em sentido oposto, quando os insetos se aproximavam de cavalos com “capas” uniformes, o voo final era totalmente controlado.
“As riscas podem ofuscar as moscas de alguma forma, uma vez que [estes insetos] estão perto o suficiente para vê-las com os seus olhos de baixa resolução”, explicou Martin How, coautor do estudo.
Além disso, os cientistas notaram que os insetos se empoleiravam na cabeça exposta dos cavalos vestidos com “pêlo às riscas” tão frequentemente quanto o faziam em cavalos “vestidos” com uma cor uniforme, sugerindo assim que o vestuário surtia efeito.
A investigação, cujos resultados foram esta quarta-feira publicados na revista especializada PLOS One, notam que apesar dos novos dados, é possível que as riscas das zebras tenham múltiplas funções além da proteção contra as picadas de insetos.
Não é verdade que as moscas varejeiras se alimentem de sangue. Alimentam-se de carne ou de outros materiais putrefactos. As suas larvas podem ser depositadas em feridas de animais de sangue quente e alimentarem-se dos tecidos vivos.
Uma outra teoria indica que as zebras ao estarem agrupadas, quando são atacadas por predadores as riscas confundem-nos e não conseguem individualizar uma presa para desferirem o ataque final. Considero esta teoria muito mais realista.