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Cientistas desmentem mistério de bactéria agarrada à Estação Espacial Internacional

Michael Edward Fossum / NASA

Piers Sellers em uma caminhada no espaço durante a missão STS-121 da EEI, em 2006

Afinal, a bactéria viva encontrada na superfície da Estação Espacial Internacional é de origem terrestre e não contem nada de novo para os especialistas da NASA.

Depois de se ter noticiado que tinha sido encontrada agarrada à superfície da Estação Espacial Internacional (EEI) uma bactéria viva que poderia ter origem extraterrestre, Craig Kundrot, chefe do departamento da NASA, já veio desmentir a origem desta, confirmando que se tratava de uma bactéria de origem terrestre.

A bactéria tinha sido encontrada por cosmonautas russos que recolhiam lixo do revestimento exterior da Estação Espacial Internacional.

O russo Aleksandr Misurkin apressou-se a apontar que este poderia ser um indício da existência de vida extraterrestre, mas essa informação já se revelou falsa.

“Já há muito tempo que sabemos que as bactérias terrestres podem frequentemente viver na superfície da Estação Espacial Internacional. Podem ter ido lá parar a partir de gases emitidos pela estação, bem como a partir da atmosfera terrestre“, explicou Kundrot.

Segundo acrescentou o cientistas, os micróbios têm origem terrestre e não são “provenientes do espaço”. Com Kundrot concorda Vladimir Sychev, chefe de projetos dos satélites russos Bion-M e Bion-M2.

“Há vários anos que a TSNIIMASH e os cosmonautas recolhem amostras do exterior da EEI nas partes onde não chegam os raios do Sol, e é natural que sejam frequentemente descobertos micróbios lá. Por regra, estes surgem na EEI vindos da atmosfera exterior – uma parte deles instala-se e sobrevive aí, o que não é, de todo, surpreendente, porque o espaço sem ar é menos agressivo para alguns organismos do que a atmosfera com oxigénio”, explica o cientista.

Na presença de oxigénio, segundo Sychev, até os produtos congelados se decompõem e oxidam gradualmente. No vácuo do espaço, os espórios – as células capazes de reproduzir – das bactérias podem existir durante um longo período de tempo se não forem expostos a radiação ultravioleta ou de partículas de alta energia e não forem aquecidos a temperaturas extremamente altas.

Por isso, o facto de os micróbios conseguirem sobreviver nas partes exteriores da EEI não tem nada de extraordinário.

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