Arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito descobriram o túmulo de uma antiga sacerdotisa nos arredores da cidade do Cairo, que oferece uma rara visão da vida de uma mulher egípcia poderosa há mais de 4.000 anos.
O túmulo está ricamente decorado e pertence a Hetpet, que serviu como sacerdotisa para Hator, a deusa da fertilidade, da música e da dança. Apesar de as sacerdotisas não serem comuns no Antigo Egito, o sacerdócio de Hator incluía várias mulheres.
Dentro do túmulo, o nome e os títulos de Hetpet estão gravados numa “bacia de purificação”.
O túmulo também é decorado com pinturas muito bem preservadas, incluindo Hetpet em cenas de caça e pesca, e representações de pessoas a derreter metal, fabricar artigos de couro e a dançar.
Alguns dos desenhos mais surpreendentes são cenas incomuns que contêm macacos mantidos como animais de estimação na época.
Uma das cenas mostra um macaco a colher frutas e carregar uma cesta, e outra mostra um macaco a dançar na frente de uma orquestra. Apenas uma outra pintura egípcia de um macaco dançante foi encontrada anteriormente, no túmulo de Kal-ber, do século XII, em Sacará.
Hetpet viveu durante a quinta dinastia do Egito, um período próspero da história egípcia que coincidiu com a grande era das construções de pirâmides, quando faraós governavam e erigiam dezenas de templos e palácios.
O seu nome apareceu pela primeira vez em antiguidades desenterradas no sítio arqueológico em 1909, e enviadas para a Alemanha. O túmulo em si só foi escavado em 2017, mais de um século depois, por uma equipa liderada por Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades.
A equipa espera ainda fazer mais descobertas enquanto continua a escavar o sítio.