Uma equipa de cientistas descobriu um novo tipo de “assobio”, uma onda eletromagnética que transporta energia elétrica para a magnetosfera da Terra.
Dois cientistas da Universidade do Alasca descobriram um novo tipo de “assobio”, uma onda eletromagnética que transporta uma quantidade substancial de energia dos relâmpagos, que entra na ionosfera a baixas latitudes para a magnetosfera da Terra.
A energia é refletida para cima pelo limite inferior da ionosfera, a cerca de 89 km de altitude, no hemisfério oposto.
A ionosfera é uma camada da atmosfera superior da Terra caracterizada por uma elevada concentração de iões e eletrões livres, e a magnetosfera é uma região do espaço que rodeia o planeta e é criada pelo campo magnético da Terra.
Num novo estudo, publicado a semana passada na Science Advances, os investigadores utilizaram dados de ondas de plasma das sondas Van Allen da Nasa e dados de relâmpagos.
A descoberta é um tipo de onda assobiadora a que chamam “assobiador refletido especularmente”. Estas ondas produzem um som de assobio quando tocadas num altifalante.
“Ter uma melhor compreensão das cinturas de radiação e da variedade de ondas eletromagnéticas, incluindo as que têm origem em relâmpagos terrestres, que as afetam é vital para as operações humanas no espaço”, afirma o primeiro autor do estudo, Vikas Sonwalkar.
Segundo o Phys.org, o estudo mostra que ambos os tipos de assobios, assobios refletidos especularmente e assobios refletidos magnetosfericamente, coexistem na magnetosfera.
A energia dos relâmpagos que entra na ionosfera em latitudes mais elevadas chega à magnetosfera como um tipo diferente de assobio chamado assobio refletido magnetosfericamente, que sofre uma ou mais reflexões dentro da magnetosfera.
Seguidamente, desenvolveram um modelo de propagação de ondas que, ao considerar os assobios refletidos especularmente, mostrou a duplicação da energia dos relâmpagos que atingem a magnetosfera.
“Isto implica que os assobios refletidos especularmente transportam provavelmente uma parte maior da energia dos relâmpagos para a magnetosfera do que a transportada pelos assobios refletidos magnetosfericamente”, conclui Sonwalkar.
Por fim, a análise mostrou que estes assobios são um fenómeno magnetosférico comum e que a maioria dos relâmpagos ocorre nas baixas latitudes, que são regiões tropicais e subtropicais propensas ao desenvolvimento de trovoadas.