Pela primeira vez, cientistas criaram neutrinos, as chamadas “partículas fantasma” num acelerador de partículas.
O neutrino é uma partícula subatómica sem carga elétrica e que interage com outras partículas apenas através da gravidade e da força nuclear.
É conhecido por ser extremamente leve (algumas centenas de vezes mais leve que o eletrão), existir com enorme abundância (é a segunda partícula mais abundante do Universo) e interagir com a matéria de forma extremamente débil (cerca de 65 mil milhões de neutrinos atravessam cada centímetro quadrado da superfície da Terra voltada para o Sol a cada segundo).
Centenas de mil milhões de neutrinos estão a fluir pelo seu corpo neste preciso momento.
Os peritos dizem que este avanço científico representa a primeira observação direta de neutrinos de um acelerador de partículas. Isto ajudar-nos-á a entender como é que estas partículas se formam, quais são as suas propriedades e o seu papel na evolução do Universo.
Os neutrinos foram observados no Grande Colisor de Hadrões (LHC, em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo, localizado em Genebra, na Suíça.
“Descobrimos neutrinos de uma fonte totalmente nova — aceleradores de partículas — onde se tem dois feixes de partículas a colidir com energia extremamente alta”, explica o físico Jonathan Feng, da Universidade da Califórnia, citado pelo ScienceAlert.
Os físicos acreditam que a massa dos neutrinos, por mínima que seja, provavelmente afeta a gravidade do Universo.
Os neutrinos produzidos em aceleradores de partículas há muito que são procurados, porque as altas energias envolvidas não são tão bem estudadas quanto os neutrinos de baixa energia.
“Eles podem falar-nos sobre o Espaço profundo de maneiras que não podemos aprender de outra forma”, diz o físico Jamie Boyd, do CERN. “Estes neutrinos de energia muito alta no LHC são importantes para entender observações realmente emocionantes na astrofísica de partículas”.
Os investigadores confirmaram a descoberta de neutrinos com um nível de significância de 16 sigma. Isto significa que a probabilidade de que os sinais tenham sido produzidos por acaso é tão baixa que é quase nula.