Investigadores norte-americanos desenvolveram um mosquito geneticamente modificado que pode resistir à infeção da malária.
Nos dias que correm, ainda existem cerca de 3,2 mil milhões de pessoas, praticamente o equivalente a metade da população mundial, que estão sujeitas a contrair a malária.
Apesar de já existirem várias formas para tentar combater a doença como, por exemplo, repelentes e medicamentos, a ciência ainda não conseguiu encontrar uma solução definitiva. De acordo com os números, a malária, causada por protozoários parasitários do género Plasmodium, ainda mata cerca de 580 mil pessoas por ano.
Uma equipa de investigação da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, acredita que um mosquito geneticamente modificado vai ser uma ajuda fundamental no combate a esta doença, conta a BBC.
Para criar este novo inseto, os cientistas usaram o Anopheles stephensi, um tipo de mosquito encontrado na Índia. Depois, através de um método conhecido por CRISPR, um novo código de ADN foi inserido no genoma do mosquito de forma a torná-lo mais resistente ao parasita da malária.
O gene do ADN incluía os anticorpos que combatem o parasita e foi conseguido quase na sua maioria através de todos os mosquitos existentes nas várias gerações.
Quando os dois mosquitos procriaram, a nova geração herdou a mesma resistência dos progenitores, o que significa, de acordo com a teoria publicada na revista científica PNAS, que se as pessoas fossem picadas por estes mosquitos a doença não seria transmitida.
Os cientistas acreditam assim que, caso este inseto seja bem sucedido fora do laboratório, pode impedir a transmissão da doença aos seres humanos e o mesmo método pode ser usado noutras espécies.
Um especialista da London School of Hygiene & Tropical Medicine, David Conway, acredita que este pode ser um inseto “promissor”. “Não se trata de um projeto acabado mas parece certamente promissor. Pode ser uma alternativa para este tipo de problemas através da via genética”, afirma.
Já existem cientistas que pretendem até usar mosquitos geneticamente modificados inférteis, algo que poderia ser uma solução ‘rápida’ para acabar com todos os outros responsáveis pela propagação da doença.
Porém, cientistas alertam que esta poderia ser uma técnica demasiado violenta e que poderia trazer consequências não desejadas para o planeta.
// BBC