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Cientistas criam máquina de alucinação para viagem sem drogas

A “máquina de alucinações”, que envia o cérebro para uma viagem psicadélica sem o uso de drogas, acaba de ser desenvolvida por cientistas da Universidade de Sussex, no Reino Unido. O objetivo é entender melhor como o cérebro responde a realidades que se alteram.

O equipamento usa óculos de realidade virtual e imagens de Inteligência Artificial do software Deep Dreams para fazer os utilizadores alucinarem como se estivessem numa viagem com cogumelo mágico.

Ao mesmo tempo, os voluntários passam por exames de ressonância magnética para determinar se a “realidade” é apenas um tipo de alucinação.

“Estamos constantemente a alucinar. Mas quando o grupo chega a um consenso sobre essas alucinações, chamamos-lhe realidade”, disse Anil Seth, co-diretor do Centro Sackler, responsável pela pesquisa numa palestra do TED.

Estudar o cérebro enquanto este luta para distinguir o que são imagens reais e o que são alucinações pode trazer informações importantes sobre o funcionamento do cérebro, especialmente na área das doenças mentais que distorcem a perceção de realidade dos pacientes.

Esta máquina foi desenvolvida para permitir que esse tipo de pesquisa seja feita sem os problemas éticos que pesquisas que usam substâncias alucinógeneas trazem, já que naquelas há preocupações de segurança com os voluntários.

O equipamento torna possível que os efeitos no cérebro de alucinações visuais sejam estudados enquanto o órgão ainda está quimicamente equilibrado.

A máquina funciona ao exigir tanto do sistema de reconhecimento de padrões do cérebro que começa a interpretar o mundo de forma extenuada, e a pessoa começa a ver coisas que não estão ali.

Os invesigadores usaram uma forma modificada do software do Google Deep Dream em 12 voluntários. As imagens apresentadas foram panorâmicas do campus da universidade.

O resultado da observação foi que os voluntários apresentaram experiências de alucinação semelhantes aos relatos de quem usa cogumelos mágicos, parecendo perder o controlo de si memo, mas não perderam a noção de tempo.

A conclusão é que o sistema ainda não consegue imitar uma viagem com substâncias psicadélicas, mas pode refletir certos elementos dessa experiência.

“De forma geral, a máquina de alucinações revelou-se uma nova ferramenta poderosa para complementar as pesquisas de estados alterados de consciência”, concluem os cientistas no artigo, publicado na revista Nature.

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