Cidades próximas da central de Zaporíjia foram bombardeadas durante a noite

Atef Safadi / EPA

Os ataques perto da central nuclear e as trocas de acusações entre Rússia e Ucrânia continuam. Autarca fala em dois feridos e cinco casas afetadas por explosões.

Os relatos de explosões e ataques perto da central de Zaporíjia continuaram durante a noite. Esta sexta-feira, Volodymyr Zelensky falou mesmo numa potencial situação de “catástrofe”, relembra o Observador.

O The Guardian salienta que, durante a noite, as aldeias de Nikopol e Marhanets foram bombardeadas, de acordo com informações avançadas pelo autarca de Nikopol, Yevhen Yevtushenko, no Telegram.

O Kyiv Independent adianta que duas pessoas ficaram feridas num ataque russo em Zaporíjia. Segundo o autarca em funções, Anatolii Kurtiev, cinco casas ficaram danificadas na sequência do ataque.

A polícia nacional da Ucrânia já garantiu que esse número chegou, no total, às quinze casas destruídas, com fragmentos de rockets a danificarem as moradias.

O relatório diário da Defesa britânica sobre a evolução da guerra no terreno mostra possíveis preocupações para Vladimir Putin. A Rússia quer reforçar as suas Forças Armadas, como mostra um decreto presidencial assinado a 25 de agosto, prevendo um aumento de 140 mil militares nas tropas russas.

O problema, segundo o Reino Unido, é que com as leis atuais é difícil contratar um número tão elevado de novos militares, sendo “improvável” que a medida se traduza num “progresso substancial” para as forças russas no terreno.

Além disso, de acordo com este relatório, a Rússia já terá perdido “dezenas de milhares” de combatentes, que tenta agora compensar, mas com dificuldades.

Ministra alemã promete mais ajuda militar

A ministra dos Negócios Estrangeiros, a ‘verde’ Annalena Baerbock, reiterou hoje que a Alemanha vai continuar a oferecer ajuda militar à Ucrânia, incluindo suprimentos de armamento pesado, face a uma guerra que, alertou, “durará anos“.

“Para mim está claro que a Ucrânia defende a nossa liberdade e a nossa ordem pacífica, pelo que continuaremos o apoio financeiro e militar pelo tempo que for necessário”, afirmou a titular da pasta dos Negócios Estrangeiros do Governo de Olaf Scholz, em declarações ao diário “Bild”, citado pela agência Efe.

O mundo deve assumir “que esta guerra se prolongará por anos“, já que “infelizmente, o Governo russo tem a ideia fixa de quebrar a Ucrânia e o seu povo”, acrescentou Baerbock.

“Faremos o que for preciso para que esse objetivo não se concretize”, prometeu a ministra, ao expressar o seu apoio à ambição da Ucrânia de recuperar a Crimeia e recordando que a comunidade internacional não reconheceu a “anexação ilegítima” da península, em 2014, por parte da Rússia.

Baerbock, assim como o ministro da Economia, Robert Habeck, defendeu a linha mais crítica contra Moscovo desde antes da formação da tripartição entre social-democratas, ‘verdes’ e liberais de Scholz.

Ambos os ministros ‘verdes’ já exigiam o fim da dependência energética da Rússia mesmo antes do início da invasão russa e nos seus tempos de oposição manifestaram-se contra a construção do segundo gasoduto de Nord-Stream, cuja entrada em funcionamento paralisou Sholz em fevereiro passado.

Agora, Baerbock rejeita as propostas dos seus parceiros liberais para reativar Nord Stream 2, como solução de emergência face à escassez de gás.

A ministra também se mostrou contra o adiamento do encerramento das três últimas centrais nucleares da Alemanha, que, segundo o plano de abandono dessa fonte de energia, deve estar concluído até o final deste ano.

Scholz deu a entender que a atividade dessas centrais pode durar um período relativamente curto, enquanto os liberais propõem que o funcionamento se mantenha até 2024 e, inclusive, se reativem por dois anos aquelas que foram desativadas.

Os ‘verdes’, por enquanto, consideram desnecessário adiar a desconexão das três ainda ativas, embora não o descartem categoricamente.

Alice Carqueja, ZAP //

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