“Cidadãos dos EUA, deixem a Rússia já”

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Denis Balibouse / AFP

Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, Presidente da Rússia

Embaixada na Rússia avisa que o Governo dos EUA já não garante protecção a todos os compatriotas. Há relatos de falta de dinheiro.

A mensagem repete-se: “Não viaje para a Rússia”.

A embaixada dos Estados Unidos da América na Rússia emitiu um novo comunicado, neste domingo, reforçando o alerta: os cidadãos americanos podem ser assediados ou mesmo detidos por forças russas.

Há uma “aplicação arbitrária da lei local, voos limitados para dentro e fora da Rússia” e, além disso, agora o Governo dos EUA tem uma “capacidade severamente limitada” de ajudar os seus compatriotas, perante a “possibilidade de terrorismo”.

Por isso, desta vez, o alerta é outro: “Cidadãos dos EUA que residam ou viajem na Rússia: devem sair do país imediatamente”.

O Governo dos EUA explica que não consegue garantir ajuda de emergência aos cidadãos, sobretudo a quem esteja mais longe da capital Moscovo, onde se situa a embaixada.

O Kremlin intensificou recentemente as limitações às viagens para funcionários da embaixada e acentuou a suspensão contínua das operações, incluindo serviços consulares, nos consulados dos EUA.

A Rússia recusa frequentemente reconhecer a cidadania americana de dupla nacionalidade aos cidadãos norte-americanos: “Nega o acesso dos cidadãos à assistência consular dos EUA, submete-os à mobilização e impede a sua saída da Rússia e/ou recruta-los para a guerra”, avisa o documento.

Além disso, há “relatos de escassez de dinheiro”. Os norte-americanos não conseguem utilizar os seus cartões de crédito e débito e as sanções impostas aos bancos russos condicionam muito a transferência de dinheiro proveniente dos EUA.

A embaixada prolonga os seus avisos, desta vez em relação a protestos: “O direito de reunião pacífica e a liberdade de expressão não são protegidos de forma consistente na Rússia. Os cidadãos dos EUA devem evitar todos os protestos políticos ou sociais e não fotografar o pessoal de segurança nesses eventos. As autoridades russas vão prender os cidadãos americanos que participarem em manifestações”.

Informação manipulada

O Instituto para o Estudo da Guerra avisou, também neste domingo, que o Governo russo tem elaborado campanhas de manipulação de informações para atrasar, ou mesmo travar, o fornecimento de armas à Ucrânia.

Em comunicado, o instituto salienta a “teoria da guerra híbrida russa”: a estratégia de comunicação muitas vezes até surge antes da estratégia para o terreno.

“Vladimir Putin, provavelmente, acreditou na sua própria narrativa pré-invasão sobre o Ocidente não apoiar a Ucrânia”, lê-se. E, por isso, o presidente da Rússia acreditava numa vitória rápida no país vizinho.

Quando viu que o cenário era outro, começou a espalhar o argumento de que é muito perigoso fornecer armas à Ucrânia. Tenta impedir que os ucranianos fiquem mais fortes no conflito.

A Rússia repete a narrativa de que a Ucrânia nunca será capaz de vencer esta guerra. E afirma que é na Rússia que está o segundo maior exército do mundo, com capacidades militares avançadas.

São anúncios que tentam “enganar o Ocidente e a Ucrânia, para levar a acreditar que qualquer transferência de equipamento militar seria irrelevante” porque a Rússia venceria sempre.

E, há quase um ano, o Kremlin chegou a avisar: país que ajudasse a Ucrânia também seria alvo militar legítimo a partir desse momento.

Mais recentemente, repetiu as ameaças (ainda que vagas) de uma guerra nuclear – tudo para tentar evitar o fornecimento de mais armas às forças ucranianas.

E Putin vai continuar a espalhar o “medo” para o Ocidente, em relação a um eventual conflito nuclear, avisa o instituto. A ideia é que, no fim, seja a Rússia a grande potência mundial.

ZAP //

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